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Equilíbrio. Esta foi a marca dos jogos de ida das semifinais da Copa do Brasil que a Enquete à direita já sinalizava, ratificando a qualidade dos leitores deste Blog, Em São Januário nesta quarta-feira, o Avaí pareceu ter levado o típico frio da região do sul país para gelar o famoso "caldeirão" comprovando que não foi por acaso que eliminou o poderoso São Paulo de uma das, teoricamente, mais fáceis competições que o Tricolor Paulista já participou. Quem quase evaporou na pressão caseira foi o gigante Vasco, que prestes a despencar na colina só conseguiu empatar em 1 a 1 graças a um pênalti marcado a seu favor no derradeiro lance da partida. Na outra semifinal, quem por desconhecer a matéria ou por puro pré conceito esperava ver o Coritiba que atropelou o Palmeiras derrubar a carroça desembestada e machucar o Vozão, viu que o Ceará também não é cotado à finalista da Copa do Brasil por acaso, numa noite em que os goleiros saíram-se bem melhor do que os atacantes  e fizeram o placar ficar sem marcar um golzinho sequer ao apito final. 

 
Curiosamente, a Copa do Brasil pode ser comparada ao sistema de cotas que permite as chamadas minorias estar lado a lado com a elite nas universidades e empregos públicos. Quem estava acostumado ao sistema anterior, critica, e não sem ter razão, o presidente da CBF Ricardo Teixeira de usar a competição para fazer política, agradando federações de futebol de estados que o ajudam a se manter eternamente no poder, mas, que sem esse indiscutivelmente democrático torneio, nunca poderiam ter a chance de enfrentar os mais ricos e tradicionais clubes de futebol do país. Comparando o torneio a esportes de ponta de outros países, é como se um campeão mundial dos pesos-pesados pudesse enfrentar um lutador desconhecido e correr o risco de num único golpe ver ir à nocaute sua fama muitas vezes vitaminada pela mídia e por investidores chamados de "empresários", como acontece hoje na ascenção meteórica de alguns astros da música brasileira. Coisa quase impossível de ocorrer em um longo campeonato elitizado como o Brasileirão, onde quem tem milhares de vezes mais estrutura financeira exibe fôlego para a travessia e, se necessário, na "janela" de contratações aberta em agosto, pode, pela força da grana, corromper eventuais  pequenos ou médios atrevidos adversários, bastando para isso levar seus principais jogadores.
 
No muito mais competitivo campo da política, as criticadas cotas para negros, índios, mulheres etc., igualmente, dão oportunidade à pessoas que nunca teriam condições de ingressar em cargos ou instituições de ensino superior, antes exclusivas da chamada elite. E, também neste campo, as vitórias significam votos que ajudam os que elaboram as táticas e são seus atacantes e defensores a também se manter no poder. Porém, mesmo que seja natural criticar ambos os métodos dizendo que são igualmente movidos por interesses particulares de quem hoje está no poder, as semifinais da Copa do Brasil deste ano estão mostrando algo que o sistema de cotas certifica diversas vezes, embora sem ter a visibilidade das transmissões ao vivo de futebol pela TV. Que muitos "grandes" só mantém tal status graças à herança financeira e conquistas de seus ancentrais. E sem a câmera lenta das raras exceções que a história transmite, mostra ainda que, se muitos pequenos ou médios tivesse oportunidade e grana necessária pelo menos para poder mostrar o que podem fazer, muitas coisas seriam bem diferentes do que se costuma ver por aí. No mínimo haveria um empate. Que neste caso significaria uma grande vitória de toda uma Nação.




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