Em amistoso contra o Notts County, da Inglaterra, a Juventus de Turin inaugura hoje sua nova arena, o Juventus Stadium, e passará a ser o único grande clube italiano a ter estádio próprio. Construído no local do antigo Delle Alpi, demolido em 2008, o novo estádio terá capacidade para 41 mil torcedores, com 4 mil vagas de estacionamento, oito restaurantes, vinte bares, museu, centro comercial e ainda a sede do clube. Tudo isso custou aos cofres da Juventus cerca de 122 milhões de euros, ou 250 milhões de reais. Dinheiro próprio do clube. É menos de um terço dos R$ 890 estimados para a construção do Itaquerão, estádio do Corinthians, que com incentivos fiscais do governo no fim das contas será totalmente bancado com dinheiro público.
Pode-se argumentar que o estádio corintiano será maior, poderá abrigar 68 mil torcedores, e por isso custará mais. Ainda assim o valor é absurdamente irregular. Basta calcular quanto custará cada assento e o resultado é de que o Itaquerão vai custar mais do que o dobro do que o estádio italiano. Serão R$ 13 mil reais por assento na arena paulista. Na italiana foram gastos em torno de R$ 6 mil por assento. Orçamentão na construção de estádios que irão sediar jogos da Copa no Brasil não é exclusividade do Itaquerão. A reforma do Maracanã para 2014, por exemplo, custará R$ 931 milhões. Como a capacidade será para 76 mil pessoas, cada assento sairá em torno de R$ 12 mil.
Dentre os outros onze estádios brasileiros em obras para a Copa de daqui há três anos, só dois custarão proporcionalmente menos do que o estádio italiano: o Beira-Rio, do Internacional de Porto Alegre (RS), e a Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, em Curitiba. Nestes o custo por assento gira em torno de R$ 4 mil cada, três vezes menos do que são estimados os orçamentos do Itaquerão e do Maracanã.