Papo de Arquibancada












Seguindo a cartilha de Ricardo Teixeira, seu sucessor na presidência da CBF, José Maria Marin, anunciou ontem os escolhidos para chefiar as seleções de futebol nos Jogos Olímpicos de Londres, tentando agradar clubes e federações, que, não por acaso, têm direito à voto nas eleições da confederação. A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim (foto), chefiará a delegação feminina. Fez charme, mas deu a entender que aceitará a convocação: "Receber esse convite me sensibiliza, mas preciso pensar, o Flamengo é a prioridade. Tenho certeza que em julho estará tudo tranquilo", disse. 

 
À frente da seleção masculina, que vai em busca do único título "expressivo" que nunca conquistou, o designado por Marin foi Delfim de Pádua Peixoto Filho, de 71 anos, mandatário da Federação Catarinense de Futebol (FCF) há quase três décadas, desde 1985, e mantendo a tradição de eternidade dos donos do futebol brasileiro já anunciou que pretende continuar no posto depois de 2015, quando termina seu sexto e atual mandato. 
 
No auge da campanha "Fora Teixeira", no ano passado, Peixoto Filho tentou proibir a entrada nos estádios de torcedores que queriam protestar contra ele e Ricardo Teixeira, protesto que só ocorreu pela intervenção da Justiça Federal, que considerou inconstitucional a intenção do cartola de ferir o direito de expressão. O agrado da direção da CBF aos filiados estaduais é tradição. Até o presidente da Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, já esteve no rol dos agraciados. Em 2009 foi convidado por Ricardo Teixeira para chefiar a Seleção Sub-20 na disputa do mundial da categoria no Egito, mas teve de abrir mão da benesse por problemas com a justiça às vésperas do torneio.
 
(Por Joe William - e-mail joe@marcoeusebio.com.br)
 
 








 

Com o pior planejamento dentre os clubes brasileiros para a disputa da Libertadores, se é que houve algum, o Flamengo perdeu na noite anterior o segundo de cinco jogos que disputou pelo grupo 2 e ficou bem próximo da eliminação logo na fase de grupos. Para avançar às oitavas de final precisará de um milagre. Lanterna do grupo com 5 pontos, o rubronegro já não depende de sí próprio. 
 
Além de ter de vencer o líder e já classificado Lanús (Argentina) que têm 10 pontos, na próxima quinta-feira no Engenhão, o time que desembarcou hoje no Rio por porta alternativa para não encarar os torcedores, carecerá de um improvável empate no confronto simultâneo entre o paraguaio Olimpia (7 pontos) e o equatoriano Emelec (6 pontos), em Assunção, onde quem vencer avança sem depender de mais ninguém. Como são só duas vagas...
 
À imagem e semelhança de Joel Santana, o "rei dos estaduais", a postura do Fla no torneio continental foi covarde e de pouca ou nenhuma vibração, como se estivesse numa Taça Guanabara ou Taça Rio. Erro crucial. Com menos técnica, mas muita raça e superação, o Emelec começou perdendo, mas conseguiu a virada nos minutos finais e derrotou os cariocas por 3 a 2. O resultado fez muito torcedor ficar rubro ao lembrar do jogo no Engenhão, há três semanas, quando o Olimpia foi buscar o empate em 15 minutos, após estar perdendo por 3 a 0.
 
Justamente por não conseguir diferenciar Libertadores de estadual, tanto na conduta dos jogadores dentro de campo quanto na dosagem de elenco para Joel, o Flamengo paga caro. E dificilmente escapará da vergonha de ser o único representante tupiniquim a cair já na fase de grupos da copa continental. Hoje, a imprensa carioca já anuncia que a diretoria do clube, agora já sem outra alternativa, só espera o resultado da equipe na Libertadores e no campeonato estadual para decidir o destino de Joel Santana. (Por Joe William - e-mail joe@marcoeusebio.com.br) 




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