Por Joe William (*)
Quase invencível quando joga no Couto Pereira, o Coritiba bateu o São Paulo por 2 a 0 na noite de ontem e garantiu, pelo segundo ano consecutivo, vaga decisão da Copa do Brasil, buscando o título inédito e a vaga na Libertadores que escapou em 2011 quando foi vice. Com vantagem da vitória por 2 a 0 na ida, o Palmeiras recebe o Grêmio nesta quinta-feira para decidirem o segundo finalista.
Com mais uma atuação patética, desorganizada e apática, com poucas exceções dos comandados do obsoleto Emerson Leão, que há meses no comando do time não consegue efetivar um patrão de jogo e vive da dependência dos lampejos de Lucas e Luis Fabiano, o Tricolor chegou à nona eliminação em grandes competições (Copa do Brasil , Sul-Americana e Libertadores) desde 2007, sem falar nos estaduais...
Torcida e imprensa buscam bodes expiatórios entre jogadores ou treinador, que têm suas parcelas de culpa. Mas não precisa ser muito inteligente nem observador pra saber que, mudam técnicos e trocam jogadores, o grande responsável pela derrocada são-paulina nos últimos anos, que de "clube diferenciado" de outrora hoje está tão igual ou pior que a média em termos de administração, é o presidente Juvenal Juvêncio e seu obsessivo apego ao poder. Além de ter se proporcionado, de maneira julgada irregular pela justiça, um terceiro mandato, o poderoso chefão tricolor tem acumulado inúmeros revezes.
Estamos no sexto mês do ano e a camisa do clube segue sem um patrocinador principal, o que resultará em grande prejuízo ao fim da temporada. Politicamente JJ é também um desastre. Por um bom tempo teve que comer o pão que o Ricardo Teixeira amassou, tirando privilégios do São Paulo e até tomando do Morumbi a sede paulistana da Copa. Diferentemente de seus tempos de diretor de futebol, JJ não tem conseguido montar bons elencos. E, talvez embriagado pelo poder, perdeu o olho clínico para contratações que, deve-se admitir, um dia já teve. Para piorar, só contrata técnicos subservientes, que aceitam suas interferências na regência da equipe, o que é lastimável.
Enfim, podem mudar os jogadores (o time titular de hoje só têm três do ano passado, por exemplo), trocar treinador (Leão é o quinto em três anos) que os títulos continuarão distantes, enquanto os cartolas, de cabeças vazias infladas pelos egos e interesses pessoais atuais, continuarem dando às cartas. E o calvário não deve acabar tão cedo. O atual (e irregular) mandato de Juvenal Juvêncio só acaba em 2014...
(*Articulista do Papo de Arquibancada)