Papo de Arquibancada














Remodelado para a Copa, o Maracanã será reaberto ao público com uma estátua de bronze de Pelé feita pelo campo-grandense Víctor Henrique Woitschach, o ex-colega do extinto Diário da Serra que ficou conhecido em nível nacional como o cartunista Ique e, agora, como escultor de celebridades. A escultura é inspirada na comemoração com soco do ar de Pelé, após o gol marcado pelo rei do futebol contra a Tchecoslováquia na Copa de 1970. 

"A peça tem uns 280 quilos e a altura do Pelé é em tamanho real, mas a peça chegou aos 1.84 por que ele está saltando na ponta do pé, embora o rei continue com seus um metro e setenta e poucos", me disse o Ique. Vale lembrar que, apesar de não ser nenhum grandalhão, Pelé era dotado de impressionante impulso que o fazia decolar superando zagueiros muito mais altos na hora dos cabeceios certeiros.

"É uma honra fazer um trabalho que ficará para a eternidade", afirmou o Ique, que, além de esculpir o rei do futebol, é autor de outra estátua já inaugurada no Maracanã, a do polêmico jornalista e ex-técnico da seleção, João Saldanha. Conforme o cronograma da Fifa, o estádio terá de estar pronto no dia 28 de fevereiro.

FÉ NO "IMPOSSÍVEL" Os amigos sabem que Ique está sentindo mais um sonho profissional quase impossível sendo realizado. Nasceu em família humilde, perdeu o pai muito cedo, aos 12 anos, e logo cedo teve de trabalhar para ajudar em casa. No interior do ainda Mato Grosso uno (Campo Grande ainda não era capital) querendo ser um profissional do desenho, qualquer um diria que seu sonho era em vão.

Ninguém apostaria um tostão se alguém na segunda metade dos anos 70 afirmasse que aquele garoto que um dia conseguiu emplacar suas tirinhas em quadrinhos no Diário da Serra, o braço então mato-grossense dos Diários Associados (a maior rede de jornais do mundo criada por Assis Chateaubriand, o Chatô), seria um dos principais chargistas da imprensa brasileira com dois prêmios Esso de jornalismo. Nem que fosse virar cartunista e autor roteirista de humor da TV Globo. E muito menos que agora, como escultor, eternizaria o rei Pelé no templo sagrado do futebol brasileiro, firmando definitivamente seu traço e sua carreira também como escultor.

Parabéns ao Ique. O talento dele merece.





Ique finalizando a escultura de Pelé para o novo Maracanã

Depois de ganhar pela quarta vez o título de melhor jogador de futebol do planeta, Messi disse que só falta "a Copa do Mundo", ao ser questionado pelos repórteres sobre o que ele ainda precisa ganhar na carreira.

Esquecido por Mano Menezes e pelo capitão Thiago Silva, Neymar recebeu só 18 votos de técnicos e capitães de países de pouca expressão no futebol e ficou só na 13ª colocação.

E cinco vezes melhor do mundo, Marta pela segunda vez seguida ficou como vice e o título foi conquistado merecidamente pela estado-unidense Abby Wambach.

Ou seja, há dois anos da Copa o país do futebol não é o Brasil, país sede do mundial. Mas o que parece ruim, pode ser bom.

Ser dono do campo e da bola, muitas vezes pode significar um tropeço. A história das copas conta que, quanto mais favorito foi o Brasil tropeçou feio no salto. Em contrapartida, venceu diante de crises e adversidades. 

Como certas coisas não mudam com o passar do tempo, ter os pés no chão poderá ser a maior arma do país sede para impedir Messi de conquistar sua Copa em solo tupiniquim. E evitar que qualquer outro visitante repita o que fez o Uruguai em 1950 quando antes da partida ninguém duvidava do favoritismo brasileiro.

Antes de perder o prêmio, Marta disse à imprensa que trocaria seus títulos de melhor do mundo por um mundial com a camisa da seleção brasileira.

Se os jogadores da seleção masculina pensarem assim, o resultado da premiação da Fifa que serviu para baixar a bola e estrelismo de alguns brasileiros, somada à superstição dos torcedores, pode ser o prenúncio de um bom sinal de que o sonho brasileiro de conquistar uma Copa do Mundo em casa possa se realizar. Como ninguém aqui tem bola de cristal, resta torcer.