O jovem corintiano de 17 anos que assume ter disparado o sinalizador que matou o boliviano torcedor do San José Kevin Beltrán Espada (à esq.), de 14 anos, durante o jogo do Corinthians na Bolívia pela Libertadores na quarta-feira, negou neste domingo ao Fantástico (à dir.) que pretende se apresentar à Justiça brasileira só para, por ser menor e sujeito à pena mais leve, livrar os torcedores brasileiros que estão presos na Bolívia. Questionado pelo repórter Valmir Salaro, ele respondeu: "Eu só quero assumir meu erro mesmo. Porque não é certo as pessoas pagarem por uma coisa que não fizeram, se eu tivesse no lugar delas, também não queria pagar com uma coisa que eu não fiz, ficar preso injustamente".
Disse ainda que não sabia usar o sinalizador, que comprou em São Paulo, e que não mirou ninguém. A mãe do garoto também falou ao Fantástico e disse que se o filho não se entregasse, ela o entregaria. O advogado Ricardo Cabral, da torcida organizada Gaviões da Fiel, afirmou que o adolescente será encaminhado à Justiça na tarde desta segunda-feira. “Ele vai ser apresentado juntamente com a mãe dele, mas o juiz da vara Da Infância e Juventude provavelmente aplicará algum tipo de medida sócio-educativa, nesse primeiro momento, e entregará a guarda desse menor à mãe, que responsável e representante legal dele”, informou o advogado.
PENAS LEVES O programa também entrevistou a especialista em direito internacional Maristela Basso. A advogada explicou os dois países têm acordo de extradição, mas isso não se aplica a menores porque Brasil e Bolívia seguem a convenção da ONU sobre os direitos da criança e do adolescente. “Se trata de uma criança, um menor para não dizer uma criança, e, portanto, ele é submetido a uma legislação especial, tanto aqui quanto na Bolívia, muito semelhante a legislação, protetiva da criança”, explicou a advogada. Em suma, o jovem brasileiro pode ter que prestar serviços comunitários ou ficar apreendido por no máximo três anos.
Veja aqui o vídeo da entrevista na Globo.Com.