O apoiador Bernardo, do Vasco virou manchete policial depois de ter sido sequestrado, conforme a polícia, por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo seria seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local. A polícia divulgou que o jogador foi agredido. Hoje, Bernardo procurou o site da GloboEsporte.Com e pediu para divulgar não houve agressão. "Estou bem e saudável. Não fizeram mal nenhum comigo. Não sofri nenhum tipo de agressão. Estou à disposição da polícia para o que ela precisar ao longo dessa investigação" - disse Bernardo, que pediu também para não responder perguntas sobre o episódio.
Na versão divulgada pela polícia, Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados. O jogador comunicou o caso à diretoria do Vasco ontem e o clube divulgou nota hoje informando que dará assessoria jurídica e apoio psicológico ao apoiador. "A nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados", disse o diretor executivo de futebol do clube, René Simões.
OUTROS DOIS JOGADORES A polícia recebeu a informação de que Bernardo estaria acompanhado de dois outros jogadores - um de um time carioca, e o outro de um time paulista, ambos criados na Maré. Um deles teria "salvo" Bernardo, argumentando com os traficantes que, se o jogador morresse, "a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte". Os nomes apurados até agora são os de Wellington Silva, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras, que já negaram a participação no incidente, em contato com o GloboEsporte.Com.