A crise na Fifa com a prisão de sete de seus dirigentes pelo FBI vai impactar na CBF e nas suas federações estaduais permitindo a renovação na gestão do futebol brasileiro, aposta o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Além da CPI do Futebol criada no Senado que deve ter Romário (PSB-RJ) como relator para abrir a "caixa preta" do esporte, o petista acredita que o novo cenário cria clima para que seja aprovada no Congresso a MP 671, assinada pela presidente Dilma em março deste ano, que trata de responsabilidade fiscal e da modernização da gestão do futebol. "Eu não tenho dúvida que, fruto dessa crise, nós vamos ter ligas de times como já existe na Europa, cabendo à CBF a missão de cuidar só da Seleção Brasileira", diz o senador.
A Medida Provisória 671 prevê que clubes e federações, que hoje perpetuam seus dirigentes como em Mato Grosso do Sul, não deverão permitir mais de dois mandatos seguidos de quatro anos para seus presidentes. Além disso, será considerada entidade desportiva profissional a instituição envolvida em competições de atletas profissionais, abrindo caminho para o funcionamento de ligas na organização de competições no futebol brasileiro. A MP cria ainda o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (ProFut) que visa promover a gestão transparente e democrática e o equilíbrio financeiro das entidades desportivas profissionais de futebol.
O ProFut prevê refinanciar em 20 anos os R$ 4 bilhões que os clubes devem ao governo, com reajuste pela taxa Selic. “Todo mundo sabe que os clubes brasileiros estão falidos. Com o refinanciamento, eles terão a oportunidade de se reorganizar financeiramente, mas todos vão ter que obedecer a uma série de exigências e adotar uma governança rígida para evitar o desvio de recursos”, ressalta Delcídio, informando que os clubes que aderirem ao programa terão de apresentar melhoras na gestão e comprovar pagamento em dia dos salários e direitos de imagem dos atletas.
