Garimpando História


Na imagem acima registrada neste sábado (23/5/2009) segurando sua foto de 1965 quando montou seu “Bar do Taveira” que funciona até hoje na Rua José Antônio (em frente ao megatemplo local da Igreja Universal), o comerciante Wilson Alves Taveira, 69 anos, compositor nas horas vagas, é o personagem urbano que conta um pouco da história de Campo Grande (MS) nesta seção do blog.  Naquele ano, Taveira inaugurou o bar atraído pela Feira Central de Campo Grande recém-instalada na então “Rua Madeira” (atual rua Abrão Júlio Rahe). A “Feirona” havia saído do Mercadão Municipal e ficou apenas um ano na Rua Antônio Maria Coelho, próximo ao colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Naquela época, era uma feira literalmente livre: "Chacareiros da região apareciam pra vender seus queijos, frangos, frutas e outros produtos", relembra o “sêo” Taveira. “A feira começava ao meio-dia de sábado, quando todo o comércio da cidade fechava. E só terminava no meio-dia do domingo. Meus principais clientes eram os próprios feirantes. Compravam papel de embrulho e querosene para iluminar as barracas já que não havia energia elétrica no local” detalha o dono do Bar do Taveira, ponto de encontro de políticos e músicos da terra e de renome nacional como Chitaozinho & Xororó (levados ao local pelo falecido radialista e compositor do Pé de Cedro, Zacarias Mourão), Milionário & José Rico e tantos outros. Ali, inclusive, Delinha, da dupla Délio & Delinha, escreveu a letra da música “Por onde andei” que tem o bar como tema central. Com a chegada do megatemplo da Igreja Universal, a Feirona foi mais uma vez transferida, em 2006, desta vez definitivamente para a sede própria na antiga Estação da Noroeste do Brasil que impulsionou o desenvolvimento da cidade. Mas isto já é outra história...





O vídeo do “Homem de Miranda”, Pedro Pedrossian, criado pelo publicitário consagrado como marqueteiro político Duda Mendonça, é mais um destaque da seção GARIMPANDO HISTÓRIA deste blog. Na campanha  para o governo de Mato Grosso do Sul em 1998, o ex-governador era favorito para dar sequência ao ciclo “Pedro-Wilson” de sucessivas gestões entre ele e o então governador Wilson Barbosa Martins, ou de candidatos por eles apoiados. Nessa lógica, seu principal adversário era Ricardo Bacha, do PSDB, ex-secretário de Fazenda lançado por Wilson com apoio do PMDB (que muitos entendem que deveria ter lançado candidatura própria). Por fora, corriam os “azarões” Zeca do PT e Heitor Pereira de Oliveira, o Heitor do Prona. Uma reviravolta mudou o cenário. O candidato do governo de obras paradas não deslanchava. E, no clima de já ganhou, a campanha de Pedro cedeu espaço ao petista que já vinha ascendente depois de acirrada disputa dois anos antes pela Prefeitura da Capital que perdeu pelos mínimos e polêmicos 411 votos para André Puccinelli (PMDB). Para a maioria dos analistas, Pedrossian perdeu no debate na TV ao dizer que poderia estar pescando em sua fazenda em Miranda em vez de estar ali. Nem a contratação de Duda Mendonça na reta final salvou a campanha. Em vez dele,  Zeca foi para o 2º turno contra Bacha e a rejeição ao então governo aumentou com votos de Pedrossian migrando para o “azarão” e fazendo com que, na terra de fazendeiros, o partido de operários apoiado pelo MST elegesse um de seus primeiros governadores no País.