Heitor Freire (*)
Um vencedor
As vicissitudes da vida quando nos afligem de forma exagerada podem comprometer nossa evolução, afastando-nos do verdadeiro caminho.
Desde que nascemos somos influenciados pelo meio onde vivemos, depois pela educação que recebemos de nossos pais – ou a falta dela –, e a seguir, pela escola, pela igreja, pela profissão, pela sociedade; enfim, há uma imensa massa de informações que, se de um lado, nos orientam, de outro, podem nos afastar da essência do nosso ser.
É importante entender que nada acontece por acaso. A família onde nascemos foi definida por nossa própria escolha e envolve uma ação conjunta que acaba sendo fator determinante no nosso destino.
Esses fatores externos podem nos levar ao esquecimento da nossa origem, fazendo com que a busca pelo autoconhecimento seja deixada de lado, porque exige tempo e meditação consciente.
O primeiro ponto que considero importante é a nossa origem, o nosso nascimento. Somos vencedores desde o princípio, porque o espermatozoide que fecundou o óvulo materno, venceu uma corrida disputada com centenas ou milhares de outros espermatozoides, sendo assim um vencedor nato, o que nos proporciona de imediato uma condição especial, original e única, formando o nosso corpo, para o qual Deus destinou o nosso espírito. Assim, todos nós que estamos encarnados temos o DNA de um vencedor. Urge que ajamos como tal e honremos esse ponto de partida.
Vencemos a primeira batalha. Com o conhecimento, entendimento e aceitação dessa condição, somos, de imediato, estimulados a dar continuidade a essa vitória. O que poucas vezes acontece, por falta de conhecimento ou de motivação.
Não somos produzidos em série, como acontece com as fábricas em geral. Somos seres pensados por Deus. Um por um. Na espiritualidade, temos um nome. Quando nascemos, nossos pais escolhem o que vai nos identificar na Terra. Ou, como disse Charles Chaplin no discurso de seu primeiro filme falado, O Grande Ditador: “Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”
Nós não somos máquinas que funcionam com combustível, somos movidos por sentimentos, ações, fatores psicológicos e mentais, podemos superar tudo com uma força interna inquebrantável e centrada. A vida pode se desenvolver melhor se usarmos a consciência – guardiã do nosso ser – como fonte de renovação e de força.
A consciência nos conduz a entender que a vida transcorre aqui e agora, o ontem já se foi, o amanhã não chegou ainda. E quando chegar, será o presente novamente. A aceitação do que não podemos mudar e a decisão de mudar o que não podemos aceitar se constituem em atos de autoconsciência, de perdão e de amor.
A vida é um horizonte que se apresenta interminável, de infinitas possibilidades e o ponto de chegada é sempre o agora.
Nesta minha encarnação tenho exercido muitos cargos – todos de forma voluntária –, quase sempre de comando, em algumas instituições. O cargo em si, nunca me empolgou. O que me empolga é o trabalho, a oportunidade de desenvolver minha inteligência no serviço ao próximo. Cargos são temporários, fugazes, mas o que marca e o que fica é a capacidade de bem se relacionar com as pessoas. Aprendi, por exemplo, que liderança não se impõe, se conquista. Quando alguém no exercício do poder impuser uma ação, esta não terá um efeito duradouro. Muitos, por necessidade, se submeterão. Outros se revoltarão e trabalharão contra. O resultado será sempre negativo. Mais importante do que a capacidade técnica é a habilidade de bem se relacionar e de conquistar o apoio dos companheiros de trabalho.
O ser vencedor deve praticar, necessariamente, a humildade, a solidariedade, o companheirismo e o respeito aos nossos companheiros de jornada. Dessa maneira, estaremos contribuindo efetivamente com o trabalho que nos foi designado por Deus.
Sejamos vencedores com consciência e por respeito à nossa origem, ao nosso DNA.
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
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Postado por: Heitor Freire (*), 24 Setembro 2022 às 08:15 - em: Falando Nisso