Um construtor social

Um construtor social

Chega um momento em nossa vida em que nos vemos filosofando, e avaliando em que medida conseguimos contribuir, fazendo da nossa encarnação uma atividade que tenha possibilitado crescimento espiritual, pois a filosofia é muito importante para que cada um possa exercer sua individualidade e viver melhor.
 
Sempre trabalhei muito. Desde os sete anos, vendendo bilhetes de loteria na rua, ajudando meu pai, sem saber direito o português, porque eu vinha do Paraguai. E naturalmente, continuo trabalhando e colhendo os frutos que semeei ao longo da vida.
 
Fazendo um breve retrospecto, observo que tudo o que consegui construir se deve a dois postulados básicos: o conhecimento da existência de um Criador, Incriado, Criador do céu, da terra e de tudo o que existe, o Grande Arquiteto do Universo, e à certeza da imortalidade da alma. Isso me dá segurança e fortalece a minha continuidade.
 
Sempre fui favorecido pela vida. Desde o nascimento, e principalmente pelo meu casamento, que moldou minha vida. Todas as dificuldades que enfrentei – foram muitas, algumas devastadoras – serviram para fortalecer meu espírito e minha fé. Fé que é fidelidade, e não crença. Fidelidade e coerência nos atos e no comportamento. A vida foi e continua sendo a minha grande escola.
 
Aprendi muito com os estóicos, que apresentaram sua filosofia como um modo de vida e pensavam que a melhor indicação da ética de um indivíduo não é o que a pessoa diz, mas como ela se comporta. Para viver uma boa vida, era preciso entender as regras da ordem natural, uma vez que ensinavam que tudo estava enraizado na natureza.
 
Sou um semeador. Semeador que aprendi a semear no espírito das pessoas. Assim foi com minhas filhas, meus genros e meus netos. E com todas as pessoas com quem tive o privilégio de conviver socialmente, profissionalmente, institucionalmente e politicamente.
 
Sou um construtor social. Minhas atividades nunca tiveram a finalidade de enriquecimento material, mas de aprendizado e de crescimento espiritual. Assim foi na minha profissão, nas entidades do mercado imobiliário, na OAB, no Instituto Histórico e Geográfico, e por último na Santa Casa, onde deixei plantadas algumas sementes que também vão propiciar crescimento e desenvolvimento social e espiritual. Sigo como decano do Conselho de Administração da Santa Casa até o final de 2025, e como coordenador do Centro Histórico e Cultural.
 
Neste ano, a comemoração dos 106 anos da Santa Casa tem como tema o reconhecimento e a homenagem às mulheres, que constituem mais de 70% da força de trabalho daquela instituição. E neste mandato, pela primeira vez na história, uma mulher exerce a presidência da diretoria corporativa e do conselho de administração: a dra. Alir Terra Lima alia à sensibilidade e intuição feminina a força da raça negra. 
 
O trabalho que está sendo desenvolvido mostra o acerto da eleição dela, pois está comandando uma revolução na Santa Casa que vai propiciar muitos frutos ao longo do tempo.
 
Assim, constato que minhas sementes continuam germinando.
 
Graças a Deus.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: , 19 Agosto 2023 às 08:00 - em: Falando Nisso


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