Marcio Zeppelini (*)
Um cachorrinho especial
Diante de uma vitrine atrativa, um menino pergunta o preço dos filhotes à venda.
– Entre 200 e 300 reais - responde o dono da loja.
O menino puxa uns trocados do bolso e diz:
– Eu só tenho 28 reais... mas eu posso ver os filhotes?
O dono da loja sorriu e chamou a cadela Lady, que veio correndo, seguida de cinco filhotinhos que mais pareciam bolinhas de pelo. Um sexto cachorrinho vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente, o menino apontou para aquele cachorrinho e perguntou:
– O que é que há com ele?
O dono da loja explicou que ele havia nascido com uma má formação em uma das pernas - e que ele mancaria para sempre.
O menino se animou e disse:
– Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!
O dono da loja respondeu:
– Não, você não vai querer comprar esse... Mas se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente.
O menino ficou transtornado e, olhando bem para a cara do dono da loja, com o seu dedo apontado, disse:
– Eu não quero que você o dê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros, e eu vou pagar tudo. Na verdade, eu lhe dou 28 reais agora e 10 reais por mês, até completar o preço total.
O dono da loja contestou:
– Você não pode querer realmente comprar este cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cães.
Então, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua prótese. Olhou bem para o dono da loja e respondeu:
– Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso.
Ninguém vale mais que ninguém.
Cada um tem seu valor, assim como cada um tem suas deficiências. Todos nós somos imperfeitos e devemos reconhecer nossos erros, trabalhando pela superação de cada um deles, buscando sempre nosso próprio aperfeiçoamento.
Uma deficiência física jamais será algo que desmereça ou tire o valor de alguém, até porque as maiores "deficiências" estão em nossos pensamentos, em nossas crenças, em nossas atitudes. A preguiça, o medo e a arrogância, por exemplo, são deficiências muito mais graves do que a falta de um braço ou uma perna.
Então, antes de desvalorizar alguém - seja por deficiências físicas ou atitudinais -, reconheça as SUAS deficiências, classifique-as, tente superá-las. Quando você perceber que também tem defeitos, enxergará melhor as virtudes e qualidades dos outros - que é o que mais importa.
Quando você escutar alguém falando mal de outra pessoa (ou você mesmo estiver praticando isso), reflita e busque uma qualidade dessa "vítima". E pergunte-se: o que vale mais?
Não desvalorize alguém só por estar "mancando". Nem se for um cachorrinho.
Abraços cheios de atitude - e um 2018 intenso para você!
(*Marcio Zeppelini é palestrante motivacional, empresário e empreendedor social, presidente do Instituto Filantropia e diretor executivo da Zeppelini Editorial)
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Postado por: Marcio Zeppelini (*), 13 Janeiro 2018 às 12:15 - em: Falando Nisso