Tucanos falam em Riedel para governador, mas o jogo está só começando em MS
Fotos Divulgação e Reprodução
Concluídas as eleições municipais, alguns partidos já começam a se articular para a disputa eleitoral de 2022 em Mato Grosso do Sul. Em coletiva do PSDB à imprensa, o governador Reinaldo Azambuja confirmou ontem que seu secretário de Governo, Eduardo Riedel, é o cotado da sigla para sua sucessão. Porém, embora o presidente regional do partido, Sérgio de Paula, tenha reforçado que os tucanos não vão "esconder o jogo" anunciando Riedel, o cenário projeta um grande número de lideranças cotadas para disputar o governo daqui há dois anos entre os próprios aliados do PSDB.
O principal deles é o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), que reeleito em primeiro turno aumentou seu cacife para disputar a cadeira de governador. Vale frisar que, se isso ocorrer, ele deixará o cargo com a vice Adriane Lopes (Patriota), que poderá disputar a prefeitura dois anos depois no comando da Capital. Inclusive, uma possível chapa com Marquinhos governador e Azambuja senador já é cogitada há quatro anos, desde que os dois começaram a parceria na cidade. Caso Marquinhos resolva não sair candidato, o que é muito difícil de ocorrer, o PSD tem outro forte nome para a eventual disputa estadual, o do seu irmão Nelsinho, senador, presidente da sigla e ex-prefeito da Capital que já disputou o governo.
Outro grande aliado dos tucanos com nomes para disputar a Governadoria é o DEM. Embora não tenha conquistado a Prefeitura de Dourados, a sigla segue crescendo em MS e aumentou no domingo de três para 14 o número de prefeitos eleitos, em comparação a 2016. Os democratas contam com o vice-governador Murilo Zauith que, caso Azambuja deixe o cargo para disputar o Senado em 2022, poderá ser candidato no comando governo. Embora nenhum deles fale, por enquanto, em candidatura, os democratas contam com mais dois nomes, que ganharam projeção nacional: a ministra Tereza Cristina (Agricultura) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Até 22 outras lideranças podem surgir, seja entre aliados ou adversários do atual governo. Isso depende, inclusive, do cenário nacional. Observadores atentos sabem que, por enquanto, o jogo está só começando e que apresentar as cartas antecipadamente pode ser uma cortina para desviar a atenção de jogadas futuras. Afinal, tudo depende do tempo e das circunstâncias. Há quatro anos, Marquinhos virou prefeito derrotando a tucana Rose Modesto no segundo turno, e logo em seguida teve Azambuja como seu principal parceiro na Capital, que escalou Carlos Alberto de Assis para cuidar dos projetos na cidade. Isso sinalizava uma futura chapa Marquinhos com Assis vice neste ano. A ideia era que o prefeito se relegesse e Assis assumisse a cidade quando Trad fosse disputar a cadeira de governador em 2022, com Azambuja para o Senado. Entretanto, Rose e o vereador João Rocha atropelaram o processo, exigindo publicamente a vice. Embora ninguém vá confirmar abertamente no ninho tucano por motivos óbvios, isso teria impedido a articulação dos pássaros mais emplumados, levando Marquinhos a manter a vice Andriane, sem perder o apoio do PSDB de Azambuja para sua reeleição.
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Postado por: Marco Eusébio, 17 Novembro 2020 às 17:40 - em: Principal