Supremo vai ouvir Mauro Cid após áudios em que critica ação da PF e de Alexandre de Moraes
Antônio Cruz/Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, marcou novo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, para às 13h (DF) de hoje, após a revista Veja ter divulgado na noite anterior áudios em que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro critica a atuação das autoridades responsáveis pelas investigações contra ele e diz ter sido pressionado, em depoimentos à PF, a delatar acontecimentos dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceu”. Cid diz ainda nos áudios a Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes têm uma “narrativa pronta” e estariam aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”. "O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR [procurador-geral da República] acata, aceita e ele prende todo mundo”, diz trecho dos áudios divulgados. O depoimento ocorrerá na sala de audiências do STF e será presidido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes.
A DEFESA de Mauro Cid, em comunicado, não negou a autenticidade dos áudios e disse que as falas "não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda". A defesa ainda nega que o militar tenha criticado a atuação de autoridades nas investigações sobre ele, ou que as falas possam ter algum impacto sobre o acordo de delação premiada fechada entre o tenente-coronel e a Polícia Federal. Na nota, defesa diz ainda que os áudios "de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade". (Com Agência Brasil)
Deixe seu comentário
Postado por: Marco Eusébio, 22 Março 2024 às 10:30 - em: Principal