Supremo suspende decisão que autorizou apreensão de celulares de jornalistas em MT

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Supremo suspende decisão que autorizou apreensão de celulares de jornalistas em MT
Cármen Lúcia mandou governador de MT se pronunciar sobre o caso
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo, suspendeu efeitos de decisão da Justiça do Mato Grosso, que autorizou a Polícia Civil a apreender celulares e computadores dos jornalistas Alexandre Aprá, Enock Cavalcanti e Marco Polo de Freitas Pinheiro. Na decisão, assinada ontem, a ministra determinou a citação do governador Mauro Mendes (União Brasil), para que ele se manifeste no caso, pois é considerado vítima no inquérito no qual a busca e apreensão foi autorizada. Os aparelhos foram apreendidos em Cuiabá no dia 6 de fevereiro, na Operação Fake News 3. 
 
A polícia diz eles são investigados pela “veiculação de informações, sabidamente falsas, em sites, bem como grupos de aplicativos de mensagens, com o fito de atingir a honra e imagem de autoridades públicas, em verdadeira indústria de desinformação”. O trio é apontado como suspeito dos crimes de calúnia, difamação e associação criminosa.
 
O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Instituto Vladmir Herzog se juntaram a dois dos jornalistas investigados e acionaram o Supremo, alegando que os profissionais são alvo de perseguição judicial, por publicarem informações sobre suposto esquema para garantir decisões judiciais favoráveis ao garimpo no estado. As entidades argumentam que a decisão do juiz João Bosco Soares, do Núcleo de Inquérito Policiais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que autoriza a apreensão e o acesso da polícia aos telefones celulares dos jornalistas, viola decisão do STF que consagrou o direito à informação. Citam ainda que o objetivo da apreensão dos celulares é violar o sigilo das fontes dos jornalistas, garantido pela Constituição.
 
Cármen Lúcia deu 48 horas para o magistrado responsável esclarecer sua decisão. Em seguida, a ministra determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente parecer “com a urgência que o caso recomenda”. “Esse é o primeiro passo, onde demonstraremos que há uma série de inquéritos e processos abertos de forma sistemática contra jornalistas para atender pedidos do governador”, disse o advogado André Mateus, que representa os jornalistas. (Com Agência Brasil)


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Postado por: Marco Eusébio, 07 Março 2024 às 14:00 - em: Principal


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