Supremo decide descriminalizar porte de maconha para uso pessoal
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por oito votos a três, o Supremo decidiu hoje descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Com a decisão, o porte de maconha continua como comportamento ilícito, ou seja, permanece proibido fumar a droga em público, mas as punições definidas contra os usuários passam a ter natureza administrativa, e não criminal. Dessa forma, deixam de valer a possibilidade de registro de reincidência penal e de cumprimento de prestação de serviços comunitários. A Corte vai decidir nesta terça-feira a quantidade de maconha que deve caracterizar uso pessoal e diferenciar usuários e traficantes. Pelos votos já proferidos, a medida deve ficar entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis.
A decisão foi tomada pelo STF ao julgar a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo. A lei deixou de prever a pena de prisão, mas manteve a criminalização. Com isso, usuários de drogas ainda são alvos de inquérito policial e processos judiciais que buscam o cumprimento das penas alternativas. Votaram a favor da descriminalização no julgamento iniciado em 2015 e concluído hoje os ministros Gilmar Mendes, Barroso, Cármen Lúcia, Rosa Weber (aposentada), Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Votaram contra Cristiano Zanin, Nunes Marques e André Mendonça.
Legalização, não!
A maioria dos ministros decidiu manter a validade da lei, mas entendeu que as punições previstas contra usuários não possuem natureza criminal. Durante a sessão, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou que a Corte não está decidindo sobre a legalização da maconha e que o consumo permanece como conduta ilícita. "Em nenhum momento estamos legalizando ou dizendo que o consumo de drogas é uma coisa positiva. Pelo contrário, nós estamos apenas deliberando a melhor forma de enfrentar essa epidemia que existe no Brasil e que as estratégias que temos adotado não estão funcionando porque o consumo só faz aumentar e o poder do tráfico também", afirmou. (Com Agência Brasil e G1)
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Postado por: Marco Eusébio, 25 Junho 2024 às 18:00 - em: Principal