Heitor Freire (*)
Somos todos irmãos
A pregação de Jesus que ecoa pelos milênios sempre foi no sentido de conscientizar o homem a respeito da sua verdadeira condição, sem a prevalência de nenhum sobre o outro, demonstrando a igualdade que existe verdadeiramente entre todos, pois somos irmãos e titulares da mesma condição.
Essa condição nos conduz naturalmente ao entendimento de que somos seres únicos, individuais, incomparáveis. Daí a inevitável conclusão de ninguém é melhor do que o outro. Nem pior. Mas diferente. Nossas conquistas decorrerão do trabalho e da consciência de cada um.
Aprendi que Deus, ao nos criar, nos fez iguais em potencial de crescimento, dotando-nos de predicados e atributos para que cada um faça a sua parte, contribuindo para nossa evolução e para o despertar da humanidade em relação ao universo.
No entanto, o desconhecimento dessa condição básica sobre a igualdade de direitos fez com que ao longo do tempo fossem criados barreiras e obstáculos para dividir o ser humano em nacionalidades, raças, partidos, religiões – que visam um privilégio para seus adeptos –, além de condições sociais etc.
A vida – quando inconsciente –, transcorre de forma letárgica, horizontal e rotineira; nascemos, crescemos, estudamos, nos formamos, casamos, constituímos família, cuidamos dos filhos, nos aposentamos e morremos.
Os acontecimentos que se sucedem nesse intervalo – nascer e morrer – representam o tempo de que dispomos para nossa semeadura e colheita. Nesta ou em outra vida.
No momento em que o ensinamento de Jesus for realmente acatado por todos, teremos o alvorecer de um novo tempo.
A propósito, transcrevo a seguir uma página do livro Vigiai e Orai, do Irmão José, psicografado por Carlos Bacelli, que ilustra bem a minha tese:
“Preconceito.
Qualquer tipo de preconceito que alimentes é estreiteza de espírito.
Cada qual vive de acordo com as suas opções de vida.
Estamos a caminho, mas falta-nos muito chão a percorrer.
Não te escandalizes diante das atitudes que te causem estranheza.
Ninguém é igual a ninguém.
Habitua-te a respeitar as preferências sexuais das pessoas, as inclinações que revelem e o modo de vida que elegeram.
Não sabes o que foste e nem podes prever o que serás.
Trata a todos com igual respeito e consideração.
Jesus não esquivava das prostitutas e dos homens de má vida.
Lembra-te: ‘O amor cobre multidão de pecados’”.
A ambição que atiça a maioria das pessoas, de ser o tal, o bom, de conquistar posições de poder, de dinheiro, acaba distorcendo o verdadeiro sentido da vida, que é o aperfeiçoamento de cada um por meio da sua própria consciência. E isso nos desvia do caminho verdadeiro, que é o do autoconhecimento e da confiança em nós mesmos, na certeza de que assim conquistaremos o que há de mais importante, a nossa liberdade de ser e de pensar de forma original e sintonizada com o que há de melhor e mais potente em cada um de nós.
O reconhecimento do trabalho de cada pessoa, por mais simples que seja, todo trabalho – quando bem feito – é útil, necessário e deve ser valorizado. Esse reconhecimento é que dá importância a cada pessoa.
Esse é o ponto que deve estar sempre presente em nossa consciência.
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
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Postado por: Heitor Freire (*), 04 Junho 2022 às 07:45 - em: Falando Nisso