O macarrão japonês que se tornou um dos mais tradicionais pratos da culinária de Campo Grande é agora homenageado com Monumento ao Sobá (antes que alguém nos corrija, embora apresentando como monumento "do" sobá, a escultura não é do macarrão, mas sim em homenagem ao prato) recém-inaugurado na Feira Central da cidade. A escultura gigante de uma tigela de sobá funciona também como uma fonte cuja água deixa o "macarrão molhado" e exala vapor representando o prato que é servido quente na própria feira. A obra é do artista Cleir Ávila, que, entre outros trabalhos, esculpiu os Tuiuiús da fachada do Aeroporto Internacional de Campo Grande e as Piraputangas da cidade turística de Bonito (MS). A fotografia feita pelo publicitário integrante da colônia nipo-brasileira Celso Arakaki retrata a síntese da obra de Cleir Ávila.

Você saiba? - O sobá é tradicionalmente degustado na passagem do ano. Na véspera do ano novo japonês, as famílias se reúnem para comer a iguaria feita de macarrão de trigo sarraceno, também chamado de toshikoshi-sobá (literalmente "macarrão da passagem de ano"). É um dos pratos mais tradicionais de Mato Grosso do Sul, mais especificamente da capital Campo Grande, para onde veio trazido pelos japoneses originários da ilha de Okinawa (Japão) que aqui chegaram em 1908 e foram trabalhar nas obras da ferrovia da Noroeste do Brasil cuja antiga Estação sedia hoje a Feira Central que popularizou a iguaria. As famílias okinawanas acreditam que o sobá ajuda a atrair riquezas. Fino, longo e claro, o macarrão simboliza longevidade, lembrando barba e cabelos brancos dos deuses da longa vida. A palavra sobá tem o mesmo som da palavra japonesa que significa perto ou proximidade (do ano-novo). Em Campo Grande, passou a ser oferecido nas feiras-livres (primeiro reservadamente a japoneses e descendentes e depois caiu no gosto da maioria das pessoas) e acabou como iguaria típica da cidade, perdendo a ligação com a passagem do ano por ser saboreada em qualquer época.