Heitor Freire (*)
Só o amor constrói
Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus)
Ricardo Gondim
O amor é a energia que diferencia o ser humano dos animais e enriquece e eleva aqueles que verdadeiramente o praticam em seus atos. Jesus enalteceu o amor como a energia cósmica mais elevada e que se destina a unir homens e mulheres em torno do mandamento divino: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Hoje, mais do que nunca, o amor se torna necessário para que todos possamos nos tornar elementos úteis e construtores conscientes do exemplo que Jesus deixou.
As exigências profissionais, a distorção do sentido da vida e as falsidades criadas pelas fake news ocultaram dos homens a verdadeira finalidade da vida de cada um, concorrendo para uma deturpação dos verdadeiros motivos para os quais fomos criados. Todos fazemos parte de um mesmo projeto divino (literalmente, elaborado por Deus), todos somos irmãos, mas certas contingências modernas desvirtuam o fluxo da nossa evolução mental e espiritual.
O ter superou o ser, e essa condição tem modificado e alterado o comportamento das pessoas. A humildade, característica primordial dos seres elevados, não está na aparência ou nas roupas que usam, mas na consciência e nas atitudes de cada um.
Ficamos presos aos rótulos que a sociedade nos impõe, e muitas vezes fazemos disso a nossa característica dominante. Entramos no personagem, e fica difícil sair dele. A propósito, há uma frase atribuída a Mário de Andrade (1893-1945) que reitera bem essa ideia: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos”. Na época em que viveu, o grande escritor já tinha detectado essa questão. Imaginem, pois, o que ele diria hoje.
O que deveria nos servir de inspiração é a meta de pensarmos com a nossa própria cabeça e nos tornarmos responsáveis por nossos próprios atos, fazendo da vida a nossa obra prima, uma consagração pela consciência da sua originalidade e da sua individualidade.
E, assim, rechaçar a obediência servil, pautar a própria vida pelos atos que a consagrarão, sabendo que estaremos sujeitos a dificuldades que podem nos induzir ao erro – e tentar corrigi-lo –, saber perdoar aos outros e a nós mesmos, acalentando o desejo de seguir os ensinamentos de Jesus, e aprender que julgar nossos irmãos é uma prática que deve ser constantemente avaliada, fazendo da nossa consciência o lugar da prática do amor infinito, para dizer ao final: “Minha vida não foi em vão”.
Para isso, é importante relembrar que não estamos aqui a passeio.
A encarnação é uma oportunidade de aprendizado. As lições não aprendidas serão repetidas até que se transformem em realidade. Quem vive no piloto automático e não faz autocrítica corre o risco de repetir as lições inúmeras vezes, até aprender.
O amor, para se constituir, exige ousadia, coragem, dedicação, abnegação, ou seja, para se chamar o amor de amor é preciso trabalhar. E muito.
São Paulo, na famosa carta aos coríntios (capítulo 13), deixou muito bem registrada sua mensagem:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como sino que ressoa ou como o prato que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. (...)
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se irrita facilmente, não guarda rancor. (...)
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: mas o maior destes é o amor”.
Eis aí a lição definitiva.
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
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Postado por: Heitor Freire (*), 11 Maio 2024 às 08:00 - em: Falando Nisso