Sim, sim; não, não! Heitor Freire (*)

Sim, sim; não, não!

Uma das coisas mais difíceis, hoje em dia, é controlar a língua. Com tanta interação online, as pessoas se veem tentadas a opinar sobre tudo e julgar o tempo todo.
 
A palavra é o meio próprio e natural de expressão do ser humano, ou o que nos distingue das outras criaturas. E a linguagem se manifesta justamente por meio da palavra. A linguagem é, portanto, uma característica eminentemente humana.
Desde criança, pelo convívio diário com os pais e demais parentes, começamos a falar sem nos dar conta da importância da palavra, do seu significado e do que ela representa como fator de evolução mental e espiritual. A palavra faz parte do nosso patrimônio genético. As mudanças na sociedade se refletem na linguagem falada e escrita.
 
A falta de uma orientação verdadeira sobre o significado da palavra resulta no seu uso inadequado. Devido à familiaridade e facilidade em falar, deixamos de nos beneficiar de um poder extraordinário que nos foi concedido pelo nosso Pai. Por meio da palavra foi criado o universo, e através da palavra cada um de nós cria o seu próprio mundo, sabendo ou não, querendo ou não.
 
Jesus, como sempre, é brilhante em seus ensinamentos:“ Seja porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”. (Mateus 6:36). Dizendo também que não devemos jurar por nada, nem por ninguém,
mas devemos manter nossa palavra. Se dissermos sim, ou se dissermos não, isso deve bastar.
 
Também no livro dos Provérbios encontramos essas três pérolas:
 
“Quem fala muito acaba pecando; a pessoa prudente põe freio na boca” (Provérbios 10:19).
 
“Cada um se satisfaz com aquilo que fala, mas receberá conforme aquilo que faz” (Provérbios 12:14).
 
"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto." (Provérbios 18:21).
 
O ato de falar demonstra quem são as pessoas. Os sábios fazem uso da palavra para sua comunicação necessária e útil; os insensatos falam sem parar. Aliás, há um ditado popular que sintetiza com muita propriedade essa questão: “Quem fala muito dá bom dia a cavalo”. Essa referência vem a propósito de uma observação a respeito de um estranho vírus que ataca os ocupantes de cargos políticos, de maneira indistinta.
 
Assim, na plenitude dos tempos, é importante que aprendamos a fazer uso adequado dessa faculdade maravilhosa e criadora. Falar à toa, jogar conversa fora, por exemplo, discutir política, religião ou futebol são temas que acabam, algumas vezes, criando inimizades e distanciando as pessoas. 
 
Mais uma mensagem divina:
 
“Seja o vosso falar: ‘sim, sim; não; não’, recomenda o Evangelho. Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel. Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer” (Emmanuel. Pão Nosso. FEB Editora, cap 80.)
 
Para finalizar, um texto do jornalista, escritor e teatrólogo, Nelson Rodrigues que também merece reflexão:
 
“A maioria das pessoas imagina que o mais importante no diálogo é a palavra. Engano: o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão”. 
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 17 Fevereiro 2024 às 08:00 - em: Falando Nisso


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