Senado aprova projeto que altera direitos privados no Brasil durante pandemia

Agência Senado
Senado aprova projeto que altera direitos privados no Brasil durante pandemia
Texto apresentado por Anastasia foi aprovado com substitutivo da relatora Simone Tebet
O Senado aprovou hoje em o projeto que adapta as relações jurídicas de direito privado durante a crise do coronavírus, com substitutivo da relatora da matéria, senadora Simone Tebet (MDB-MS), ao texto elaborado pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, e apresentado pelo senador Antonio Anastasia (PSD-MG) na Casa. Foram apresentadas 88 emendas. A proposta que segue para a Câmara dos Deputados é transitória e visa resguardar a segurança jurídica e aliviar as demandas do Judiciário diante das ações que devem ser ingressadas devido ao efeito cascata provocado pela pandemia. "O projeto é fundamental neste momento de maior instabilidade social e econômica", afirmou Simone.
 
O projeto  1.179/2020 traz um conjunto de regras para:
 
- Suspender prazos prescricionais durante a vigência da pandemia; 
 
- Considerar pandemia como caso fortuito ou força maior e, portanto, imprevisível, para fins de revisão de contratos relacionados ao código de defesa do consumidor e à lei de locação de imóveis urbanos;  
 
- Regular assembleias virtuais em empresas e condomínios e votos eletrônicos;
 
- Conferir poderes transitórios aos síndicos a fim de dar mais autonomia para a imposição de regras de acesso aos condomínios a fim de evitar a disseminação do coronavírus; prorrogar mandatos dos atuais síndicos até 30 de outubro;  
 
- Suspender liminares em ações de despejo de imóveis até 30 de outubro; 
 
- Restringir contagem de tempo por usucapião; 
 
- Congelar prazos de abertura e conclusão dos processos familiares de sucessão, partilha e inventários;
 
- Determinar prisão domiciliar para devedor de pensão alimentícia; 
 
- Determinar data de vigência da Lei Geral de Proteção de Dados a partir de 1º de janeiro de 2021, exceto para imposições de sanções que se dará em agosto de 2021. O projeto original propunha a entrada plena em vigor apenas em agosto de 2021. Antes da crise do covid, a previsão era agosto deste ano.
 
Simone Tebet salientou que o relatório foi construído ouvindo senadores, grandes juristas, governo e sociedade civil e visa dar segurança jurídica à população. "Essas medidas não alterarão leis em vigor. Serão temporárias, emergenciais e atuarão com a finalidade de permitir que o país atravesse este difícil momento com segurança jurídica e previsibilidade", afirmou.


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Postado por: Marco Eusébio, 03 Abril 2020 às 15:00 - em: Principal


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