Santa Casa, a Catedral do Amor Heitor Freire (*)

Santa Casa, a Catedral do Amor

“Uma rica história de amor”
(Arthur D’Ávila Filho)
 
A Santa Casa de Campo Grande foi idealizada e construída por cidadãos conscientes e influentes da nossa cidade, profissionais das mais diversas áreas que tinham o coração voltado para os mais necessitados.
 
Assim, ao longo desses 107 anos de existência, contados a partir do levantamento de fundos para sua construção por meio de contribuição voluntária dos moradores da cidade, a nossa Santa Casa, desde o início, definiu sua atividade fim: curar pessoas e salvar vidas.
 
Eu sou testemunha de que essa instituição é realmente uma catedral do amor. E isso me lembra uma famosa historinha a respeito da construção da Catedral de Notre Dame, em Paris. Certo dia, um cardeal, ao visitar as obras, voltou sua atenção para dois pedreiros que trabalhavam lado a lado. Um, circunspecto, sério, aplicado, cumpria o seu trabalho. O outro, alegre e esfuziante, fazia o mesmo. O cardeal, então, perguntou ao primeiro: “Meu bom homem, me diga o que fazes”, e ele respondeu: “O senhor não vê? Estou levantando uma parede”. Aí o cardeal virou-se para o segundo pedreiro, e fez a mesma pergunta. O homem, levantando-se, abriu os braços, e disse: “Eu construo uma catedral!”.
 
Esta é, também, a atitude que estimula e motiva os funcionários e diretores da Santa Casa. Todos estamos, diariamente, construindo a nossa catedral do amor.
Desde a primeira diretoria até a atual, esse é o espírito predominante lá dentro. Ao longo da nossa história, os presidentes foram: Euzébio de Castro Teixeira, Bernardo Franco Baís, Eduardo Santos Pereira, Eduardo Olympio Machado, Juvenal Alves Corrêa Filho, Aikel Mansour, José Nasser, Sebastião Eloy Pereira, Arthur D’Ávila Filho, Euclydes de Oliveira, Juvêncio César da Fonseca, Hélio Martins Coelho, Athayde Nery de Freitas, Renato Alves Ribeiro, David Balaniuc, Walter Rodrigues, Clóvis Barbosa, Sinval Martins de Araújo, Elias Gazal Dib, Esacheu Cipriano Nascimento, Wilson Levi Teslenco, Heber Xavier, Heitor Rodrigues Freire e Alir Terra Lima, atual presidente e primeira mulher a presidir a Santa Casa. Em pleno século 21, já não era sem tempo que precisávamos de uma mulher no comando para fazer a diferença. Antes tarde do que nunca.
 
Essa vasta lista de presidentes é composta de cidadãos que ocuparam os mais importantes cargos em nossa capital: militares, funcionários públicos, comerciantes, prefeitos, médicos, dentista, engenheiro civil, advogados, empresários, arquiteto, economista e corretor de imóveis. No caso da nossa atual presidente, ela é advogada e foi corregedora da Justiça Eleitoral em nosso estado durante dezessete anos, tendo sido também a diretora geral do TRE, o Tribunal Regional Eleitoral, por dez anos.
 
No meu caso, posso dizer que presidir a Santa Casa foi a missão mais consagradora desta minha encarnação. Me sinto umbilicalmente ligado a essa instituição, da qual faço parte há mais de trinta anos, e sigo nessa missão agora como decano do seu Conselho de Administração.
 
A atual presidente, Alir Terra Lima, liderou uma chapa que tinha como nome “Por Amor à Santa Casa” e, de fato, a julgar pelo desempenho de sua diretoria, ela vem demonstrando o acerto da escolha desse lema, que tem representado com muita precisão o trabalho de sua equipe.
 
Com muito sacrifício e dedicação, a presidente tem conseguido equilibrar as contas, nas quais a despesa é sempre maior do que a receita, pois os valores envolvidos estão defasados e os contratos de serviço com os órgãos públicos ficam muito aquém dos custos reais.
 
Mas com fé – que na verdade é a energia que move o mundo –, a diretoria está mudando o panorama financeiro da Santa Casa. A fé é fundamental, porque consubstancia e fortalece a vontade. O primeiro passo é sempre a fé; o segundo, as ações consequentes (a ação provê os meios); e o terceiro, a realização do objetivo. “Aude aliquid dignum” Ouse algo digno.
 
A Santa Casa é constituída por dois pilares fundamentais: seus prédios, sua infraestrutura física com muitos departamentos, centros cirúrgicos, enfermarias, ambulatório, salas de pronto-socorro, equipamentos variados, a frota de ambulâncias etc.; e, por outro lado, seu patrimônio imaterial, que é a verdadeira base de sustentação que movimenta toda sua estrutura: o amor ao próximo. A Santa Casa é a Casa de Deus.
 
Mas, além disso, o grande patrimônio desse conglomerado é composto por seus funcionários – pessoas dedicadas, conscientes, que exercem seu trabalho com comprometimento, amor e alegria. 
 
A Santa Casa é um gigante que nunca dorme – que aliás, nem mesmo cochila. Os centros cirúrgicos atuam 24 horas por dia, ininterruptamente. Quando muitos estão dormindo, descansando ou se divertindo, nossos médicos e enfermeiros continuam na sua faina diária, eterna: curar pessoas e salvar vidas.
 
Vale também ressaltar a importância do plano de saúde da Santa Casa, que já atingiu o patamar de 15 mil usuários, um crescimento vertiginoso e que se deve a mais uma iniciativa da atual administração, que, numa inspiração divina, decidiu abrir o plano para os próprios funcionários, com desconto especial – e muitos deles, agradecidos, aderiram.
 
Para se ter uma ideia do gigantismo da Santa Casa, apresento números de atendimento durante o ano de 2023:
 
No Centro Cirúrgico foram realizadas, 21.763 operações, sendo 12.116 de urgência e 9.647 eletivas;
 
A taxa de ocupação hospitalar ficou em torno de 90%, de um total de 650 leitos disponíveis;
 
O atendimento no ambulatório, que cobre nada menos do que 24 especialidades médicas, atingiu a marca de 21.950;
 
O pronto-socorro, no ano passado, atendeu 36.254 pacientes na urgência e emergência;
 
O serviço de lavanderia entrega, mensalmente, mais de 100 mil kg de roupa lavada;
A cozinha, serve mais de 70 mil refeições por mês a funcionários, pacientes e visitantes. 
 
Esta é a Santa Casa de Campo Grande, que certamente traz muito orgulho a seus idealizadores, que dedicaram suas vidas a essa verdadeira catedral do amor.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – decano do Conselho de Administração da Santa Casa)


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Postado por: Heitor Freire (*), 23 Março 2024 às 09:00 - em: Falando Nisso


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