Quem vai, vai! Heitor Freire (*)

Quem vai, vai!

No dia 14 de setembro estreou o meu podcast “Quem vai, vai”. Dia de lua nova, tempo de renovação e bons ventos a caminho.
 
Para quem não sabe do que se trata, podcast é um novo meio de se contar histórias, gravadas e difundidas em aúdio nos meios digitais. É bem parecido com um programa de rádio, e geralmente é exibido em série. A diferença é que, ao contrário do rádio, dá pra ouvir na hora que quiser, no celular ou no computador, e ele fica disponível depois de lançado, não é transmitido ao vivo. Podcast é uma nova forma de comunicação que traz  histórias criativas, interessantes e que entretêm o público. O principal objetivo é difundir conteúdo, seja ele documental, jornalístico ou ficcional. E mesmo para quem tem uma rotina intensa, é possível ouvi-lo em diferentes situações: cozinhando, lavando a louça, limpando a casa, dirigindo, descansando no sofá, deitado na rede, caminhando, fazendo ginástica, pedalando, tomando banho (neste caso sugiro emparelhar o celular a uma caixinha de som portátil).
 
O podcast lembra a era de ouro do rádio, pois traz histórias tão distintas como: autores lendo seus contos favoritos, entrevistas com celebridades ou anônimos, matérias jornalísticas, reportagens investigativas, histórias de ficção, documentários sonoros em capítulos, audionovelas, e por aí vai. As possibilidades de se contar uma boa história são infinitas, e remetem a uma boa roda de conversa quando as pessoas se reuniam em volta de uma fogueira pra ouvir alguém contar um causo. Desde que o mundo é mundo, ninguém resiste a uma boa história. E é precisamente disso que trata o podcast. Para quem ainda não conhece, recomendo que procure um aplicativo de áudio no celular e comece hoje mesmo.
 
É um hábito muito saudável e quem começa não para mais. Tem histórias para todos os gostos e muitas áreas de interesse.
 
Voltando ao “Quem vai, vai”, a ideia de criar o meu podcast foi da minha filha Flávia, que é jornalista e tem uma empresa que faz assessoria de comunicação para diversos clientes em nosso estado. Quando ela me propôs, aceitei de cara, muito entusiasmado pelo desafio de trabalhar de forma criativa e também por contar com o apoio afetivo e profissional dela, que é uma garantia de segurança e de sucesso.
 
O nome do podcast também foi sugestão da Flávia: “Quem vai, vai” – e todos aqui em casa aprovaram, dizendo que é a minha cara. Explico: quando minhas filhas eram pequenas, morávamos no bairro Taveirópolis, que ficava bem longe do centro da cidade. Eu sempre brinco dizendo que naquela época, minha função principal era ser motorista delas, porque levava as meninas pra cima e pra baixo. E tinha a turma que estudava de manhã, e outra que estudava à tarde. Meus horários de trabalho sempre estavam atrelados ao horário escolar. Eu tinha uma Caravan a álcool que cabia muita gente, mas em compensação levava uma eternidade entre girar a chave e começar a andar, porque tinha que esquentar o motor (no inverno era ainda pior). 
 
Então logo cedo eu fazia a ronda pelos quartos e acordava a turma da manhã:
 
“Meninas, espreguicem-se e levantem-se”. Elas viravam pro outro lado e dormiam mais um pouquinho. Depois disso, eu ligava a Caravan, deixava o carro esquentando e me vestia para o trabalho. Tomado o café da manhã, quando todas deveriam estar prontas pra sair, eu estufava o peito e bradava, num tom solene de ultimato e ameaça: “Quem vai, vai! Quem não vai, não vai mais”. E me dirigia, impassível, para o carro. Era um quiprocó, porque elas nunca estavam prontas, e sabiam que eu não estava brincando, pois eu sempre dizia que horário é pra ser cumprido. Apesar da correria, elas nunca chegaram atrasadas ao colégio – modéstia à parte. Sem contar que também dávamos carona para algumas colegas delas. A Caravan ia sempre apinhada de meninas: “Quem vai, vai!”. 
 
Essa frase eu repito até hoje, “Quem vai, vai”, porque ainda convivo com um universo majoritariamente feminino. Sou casado há 60 anos e pai de 7 filhas. E mulher, quase sempre, quando tudo já está pronto para sair, vai dar mais uma voltinha dentro de casa pra buscar alguma coisa: “Pai, péra só um minutinho...”. Pois eu digo e repito sempre, entre um suspiro e outro, com a maior paciência do mundo: “Quem vai, vai”. 
 
Dito isso, para justificar o nome dessa novidade que vem aí, tenho certeza de que o podcast vai me permitir uma nova forma de comunicação, ampliando o meu campo de atividades, onde vou entrevistar amigos, historiadores, escritores, gente que contribuiu para o crescimento da nossa cidade, e também vou ler meus artigos – até hoje, já escrevi cerca de setecentos –, comentando e divulgando meus textos em uma nova plataforma.
 
É a chegada da modernidade, proporcionando uma forma de nos relacionarmos mais estreita e intimista, fazendo bom uso da tecnologia para difundir o nosso pensamento, nossa forma de ver o mundo, e uma filosofia de vida que, desde sempre, foi minha inspiração, trocando ideias, estreitando amizades, e sempre aprendendo aqui e ali.
 
Convido os meus leitores a me acompanharem nesse novo podcast, esperando, em troca, receber sugestões e boas ideias para tornar esse trabalho cada vez mais interessante e participativo (acesse clicando aqui). Quem vem comigo? Quem vai, vai! Partiu, podcast. Aqui vamos nós.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 16 Setembro 2023 às 10:00 - em: Falando Nisso


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