Heitor Freire (*)
Quem pergunta, aprende
O aprendizado constante que caracteriza a vida dos seres conscientes se manifesta pela vontade permanente de evoluir. Começa quando entendemos que sem consciência o corpo não existe, porque é a consciência – um atributo do espírito – que produz o entendimento que nos leva a constatar que o universo está em contínua expansão, e que tudo tem uma origem espiritual. Continua quando aprendemos que a morte é a porta para a libertação, significando um grande alívio. Esse aprendizado começa sempre com uma pergunta. Saber perguntar é fundamental, como bem ensinou Sócrates.
Se não entendeu, pergunte até aprender. Esse era o bordão de um dos maiores pecuaristas da história do nosso estado, Elisbério Barbosa, que com sua inteligência e capacidade inovou o mercado da pecuária. Segundo sua neta, Maria Túlia Bertoni, ele sempre dizia: “Se não entendeu, pergunte até aprender. O inteligente pergunta, o preguiçoso faz de conta que entendeu e se dá mal”.
Eu, como cavaleiro andante – cavaleiro porque assim me nomeou a Ordem do Mérito do estado, e andante porque eu não paro – e curioso, estou sempre pesquisando, estudando, aprendendo.
Nessa andança, aprendi com o livro “Vigai e Orai” do Irmão José, psicografado por Carlos Bacelli:
“Que as palavras agressivas que usamos provocam distúrbios emocionais que ficam orbitando em nosso entorno até serem sanadas;
Que as atitudes intolerantes para com os outros podem perdurar no espírito por longos dias;
Que sempre que ajo com intuito de ferir alguém, minha consciência me repreende de imediato;
Que no momento que magoo meu semelhante, começa o meu drama;
Que os erros cometidos são compromissos assumidos com a humanidade;
Que a vida é regida por um sistema econômico que não admite prejuízos;
Que quem tirar, terá que restituir;
Quem lesar, terá que reparar;
Que o débito pelo qual sou responsável, exige quitação”.
Ou seja, quanto mais conscientes formos, mais rápido deveremos agir para repor o que foi subtraído. Algumas vezes, a demora na restituição causa uma frustração que só se extingue com o cumprimento do compromisso. E após esse cumprimento físico, fica uma gratidão eterna gerada pela gentileza de alguém que nos atendeu a tempo e hora.
A nossa vida teve início mas não terá fim, pois o aprendizado nos proporciona a oportunidade de evolução constante.
Se aprende também que o mais importante de tudo é o autoconhecimento, porque de nada valerá ter o conhecimento de todas as ciências se não alcançarmos essa etapa que é fundamental. O autoconhecimento é a maior riqueza que poderemos alcançar porque nos acompanhará pela eternidade, propiciando-nos, sempre, um aprendizado permanente.
No frontispício do Templo de Delfos, na Grécia Antiga, havia a inscrição: “Nosce te ipsum”, ou seja, conhece-te a ti mesmo, uma sabedoria ancestral celebrizada por Sócrates que se tornou a coluna central do seu ensinamento.
Assim, caminhando e cantando sigo meu caminho.
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
Deixe seu comentário
Postado por: Heitor Freire (*), 08 Junho 2024 às 10:00 - em: Falando Nisso