Elizeu Dionízio (*)
Quanto vale?
Muitos atos administrativos do Sr. Alcides foram questionados, apurados e, por conta de irregularidades, irresponsabilidades e ilegalidades, denunciados. Aliás, até uma Comissão Processante foi aprovada por 21 dos 29 vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande.
Registre-se que em nenhum momento o alcaide contrapôs ou disse que os questionáveis fatos eram mentira ou algo fabricado. Ao contrário afirmou que era mais uma marca da sua administração. Diga-se também que essa administração em tão pouco tempo conseguiu foi muito... Conseguiu constranger poderes, causou desconforto entre membros de elevadas cortes e até comprometeu a idoneidade de conceituada instituição.
O que me chama a atenção é a META a ser alcançada pelo Sr. Alcides...
Será que em uma gestão plena onde a legislação seja a balizadora das atitudes, a transparência tão sonhada pela população seja a regra, as promessas de campanha sendo realmente implementadas em benefício do cidadão e a participação popular, espontânea? Tudo isso será somente uma utopia?
O que tenho conseguido enxergar é uma realidade exatamente oposta ao lindo discurso fácil... Afastamento de servidores em sindicâncias nebulosas, sem atenção aos requisitos mínimos do contraditório e da ampla defesa, a perseguição aos servidores da educação por desejar o melhor aos alunos, a imputação de responsabilidades a servidores concursados que extrapolam o bom senso apenas para escamotear malfeitos, factóides com tantas idas e vindas que até nos deixam todos tontos.
Quais pessoas estão mesmo em primeiro lugar? O cidadão ou o soberbo “dono da Cidade”?
Diante de todo esse cenário, o que vejo é o Sr. Alcides tateando na formação de uma base parlamentar, a troco de espaços políticos e negociando cargos, funções e secretarias.
A pergunta que não quer calar: Quanto vale?
Se eu “ganhar” uma secretaria o que eu faço com a enxurrada das denúncias protocoladas? O problema do sebo na carne das crianças desaparece? O sobrepreço nos botijões da Jagás some? O milionário contrato com a Salute ficou legal? O FGTS dos funcionários da Megaserv fica quitado? O calote dos fornecedores da prefeitura virou ilusão de ótica? O assédio moral dos servidores vai para as calendas gregas? Aliás, terei uma crise de amnésia se me derem um espaço político? Podemos todos nós esquecer TUDO em troca de uma Secretaria?
Quanto vale o voto do cidadão que acreditou na mudança? Quanto vale eu cumprir com as prerrogativas e responsabilidades que o voto me revestiu? Quanto vale o voto de quem acreditou em mim? Quanto vale minha consciência?
Estou convencido de que pagar esse preço não vale a pena.
Fico com o eleitor. Fico com o voto. Fico com minha consciência limpa. Fico com a sensação de dever cumprido... e sem espaço nesta tacanha administração.
(*Elizeu Dionizio Souza da Silva, comerciante, é vereador em Campo Grande pelo SDD)
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Postado por: Elizeu Dionízio (*), 29 Novembro 2013 às 18:51 - em: Falando Nisso