Alguns ídolos do futebol brasileiro usaram a fama como tática e se deram bem no campeonato eleitoral deste domingo. A maioria, porém, não foi convocada pelos eleitores. O campeão de votos da categoria foi o ex-goleiro Danrlei (à esq.), quarto deputado federal mais votado do Rio Grande Sul, pelo PTB, graças à torcida do Grêmio que lhe deu boa parte dos 173.787 votos. Depois dele, dentre o segundo "boleiro" mais votado foi seu futuro colega de Câmera dos Deputados, o baixinho Romário (ao centro) eleito com 146.859 votos pelo PSB.

Outros ex-jogadores também venceram nas urnas neste domingo e viraram deputados estaduais. Um deles foi Bebeto (à dir.), ex-companheiro de Romário na Seleção Brasileira, que teve de suar na prorrogação eleitoral. Com apenas 28.328 votos, ele só conseguiu uma vaga na Assembleia Legislativa fluminense "puxado" pelo coeficiente eleitoral da coligação de seu partido, o PTB. 

Bebeto fará companhia a outro ex-atacante, o atual presidente do Vasco, Roberto Dinamite (PMDB), reeleito deputado estadual com 39.730 votos. O time dos convocados das urnas inclui ainda o ex-jogador do Atlético Mineiro, Marques (PTB), segundo deputado estadual mais votado das Minas Gerais com 153.225 votos. E outro ex-jogador do Galo, o ex-goleiro João Leite (PSDB), se reelegeu para a Assembleia mineira com 84.316 votos.

A fama no futebol, entretanto, não é garantia de sucesso eleitoral. Embora tenha sido ídolo da torcida do Atlético-MG na década de 80, o ex-atacante Reinaldo (PV), vereador de Belo Horizonte, recebeu apenas 22.201 votos e tropeçou feio ao tentar virar deputado federal. No time dos rejeitados pelos eleitores, pior para o técnico Valdir Espinosa (PDT) que só obteve 2.292 votos ao tentar virar deputado estadual fluminense. 

Ser ídolo do Corinthians, time de maior torcida do Brasil, também não é sinônimo de goleada nas urnas. Marcelinho Carioca (PSB), com 62.397 votos; e Vampeta (PTB), com apenas 15.300, fracassaram na tentativa de se eleger deputados federais. E outro ex-jogador que ganhou fama como corinthiano, o Dinei (PDT), tentou mas não conseguiu virar deputado estadual com 18.275 votos em São Paulo. A torcida rival também não elegeu para a Assembleia paulista Ademir da Guia (PPS), ex-ídolo do Palmeiras, que já foi vereador e ontem obteve apenas 17.196 votos.

Em Goiás, Túlio Maravilha, vereador da capital, não conseguiu virar deputado estadual com 4.526 votos. Se você acha que o atacante falastrão foi mal, é porque não viu a votação do também ex-jogador Harley, que também tentou virar deputado em Goiás pelo PSDB e teve míseros 167 votos. Lá no Pará, Robgol (PTB) se deu bem melhor nas urnas, com 11.814 votos, mas também não conseguiu se eleger deputado.