Marquinhos Trad (*)
Por mais juventude na política
Temos a tendência de dizer que os jovens não gostam de política. Será verdade? Desconfio que não. Os jovens não são sujeitos isolados do restante da sociedade. E, se a sociedade tem sido solo para o germe de um sentimento de descrença na política, é natural que os jovens também reflitam este sentimento. Mas, isso significa que a juventude rejeita a política?
Para responder a esta pergunta temos, primeiro, que decifrar outra: o que é política? Pesquisas recentes têm feito este questionamento à juventude. Tem sido comum entre as respostas, a seguinte afirmação: “Não gostamos de política”. No entanto, esta postura muda radicalmente quando o tema passa a ser participação social. Quando isso ocorre, os jovens atribuem grande importância ao tema, mostram engajamento.
Ora, a participação social não é a melhor tradução da política? Política não é apenas partido e governo. A noção de política, pelo contrário, se amplia para a ideia de participação pública e coletiva. Que jovem, hoje, não se identifica com engajamento social? As recentes manifestações mostram este envolvimento profundo.
Sim, os jovens se importam com a política, e são fundamentais em seu desenvolvimento. Sua participação na vida pública de seu município, de seu estado, do país, é vital. São eles que - a partir de sua formação humana, profissional e religiosa – terão papel de destaque na definição dos rumos da nação.
Pobre do país que não ouve seus jovens, nos mostra a experiência e, também, a palavra sagrada. “Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem”, diz o apóstolo Paulo em I Timóteo 4:12.
O jovem é um revolucionário. É dele que surgem as faíscas que detonam a construção do futuro. Esta chama não pode ser abafada, mesmo que, por vezes, imaginemos - em nosso receio do novo - que ela se alastrará fora do nosso controle. É preciso dar crédito ao poder afirmativo de nossos moços e moças.
Portanto, em um momento em que precisamos tanto de união e de entendimento, envolver a juventude no propósito de um país mais coeso é papel de todos nós. Por isso a importância de incentivar o debate de ideias, a livre manifestação de pontos de vista. Somente assim poderemos fazer despertar nos mais novos a certeza de que os temas públicos dizem respeito à sua vida. É necessário fomentar no jovem o gosto da participação.
(*Marcos Marcello Trad, advogado, é deputado estadual pelo PSD-MS)
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Postado por: Marquinhos Trad (*), 27 Abril 2016 às 14:45 - em: Falando Nisso