José Valdeci de Souza Martins (*)
Política sem idealismo - pecado social moderno
“Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo”. (Mahatma Gandhi)
Gandhi nos deixou grandes ensinamentos, ele com sua luta política coletiva exemplar, elaborou uma atualíssima versão do que chamava de "Sete pecados sociais". Dentre eles, o da “política sem idealismo”.
O idealismo é uma corrente filosófica da qual foi desaparecendo no decorrer do maior aparecimento da modernidade. O idealismo teve maior ênfase desde a revolução filosófica, que foi iniciada pelo filosofo descarte, mas, o idealismo pode se associar certamente com os alemães, dos quais, colocou em prática este tipo de pensamento.
Vivemos um momento muito delicado na política brasileira e porque não mundial. A principio, antes de entrar no assunto propriamente dito, sugiro a leitura de um texto de Engels chamado “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, facilmente encontrado na Internet para download. Nesta leitura, Engels faz uma investigação a respeito da origem da desigualdade social de forma bastante interessante.
Enfim, o que podemos fazer pelo Brasil? Tendo em vista que precisaria ensaiar sobre as relações de poder e corrupção para poder valer uma opinião mais apropriada, resumidamente, acredito que não podemos fazer nada. Enquanto o sistema capitalista não for assassinado, não é possível nem sonhar com algo que seja muito diferente disto que temos hoje. O capital utiliza de signos para controlar as massas através do consumismo, valendo sempre do valor de troca, para exemplificar, como num aparelho celular, cujas fabricantes estão sempre agregando funcionalidades para além de sua função essencial (criando necessidades que não existiam), de forma que o Capitalismo funciona com o sistema das aparências e o sistema dos objetos, de modo que o objeto não é mais pensado através do sujeito. Agora é o sujeito que é pensado através do objeto.
Vivemos em um país de uma política sem idealismo, porque vivemos a mercê de impostos extremamente elevados, cobrando dos mais pobres em produtos, de extrema necessidade do ser humano. O investimento para a educação é bastante precário, afinal escolas estaduais hoje em dia, mal possui professores. Sem falar que em áreas rurais as situações das escolares são mais precárias ainda. Pessoas sem estudo, não vão possuir futuro em um mundo que hoje tudo exige o seu conhecimento, sem estudo, sem um trabalho para sustento de suas famílias, isso gera um ciclo, para pessoa que já não possuem uma condição boa de vida, vemos a desigualdade a todo o momento e nunca fazemos nada, e o governo não se preocupa em melhorar a educação, eles acham que o bolsa família, dá para muita coisa, que é um valor médio de R$ 97,00, porém o momento em que o valor do salário mínimo for aumentando, consequentemente fará o valor do benefício aumentar também, porém, quanto maior for o salário mínimo, maior será o valor do benefício do Bolsa Família. Acredito que não dá para nada por que hoje em dia os produtos de maior necessidade (cesta básica) estão a cada dia com os preços elevados. A maior solução seria o governo aumentar programas, incentivando a educação, e assim por diante. Só assim diminuiria um pouco o índice de desigualdade social e teríamos uma política de idealismo mais acentuado.
Outro fator que faz com que nossa política não tenha idealismo é a corrupção que está disseminada pela vida pública. Isto significa que existe muita gente a favor dela. E o que se busca com manifestações da espécie não é apenas e tão somente mostrar indignação (o que, por si só, já seria legítimo), mas também cobrar instrumentos e posturas mais eficazes contra a malversação do dinheiro público. E também existe muita gente contra isso.
Ademais, a não participação de partidos políticos vai ao encontro da ideia de falência de tais organizações como representações de ideias e ideologias. Democracia e política não se resumem a discussões partidárias. Manifestações de vontade apartidárias sã igualmente democrática. É o próprio titular do poder, ou parte dele, fazendo valer a sua voz, na esperança que ela seja ouvida pelos canais instituídos.
Os protestos contra a corrupção é um ato de indignação pela impunidade - o corrupto transgrediu a lei e possivelmente não será punido, oras! - do que manifestação de que sejamos moralmente superiores a quem transgrediu a Lei. Talvez possa se estudar alterações no sistema eleitoral para diminuir a corrupção - as sugestões que considero mais sérias nesse sentido são, nessa ordem, tornar o voto facultativo e mudar o sistema de votação nas eleições parlamentares. A proposta de reforma política, tal qual proposta pelo governo, no entanto, não deve prosperar, pois não favorece a democracia. Ao final: meu argumento não é simplista. É simples. A indignação talvez não faça cessar a corrupção, mas assegurará que ao menos sejamos ouvidos.
No âmbito dos protestos, escolher entre a vida e a morte, entre roubar ou não, não é o que vai trazer as respostas que esperamos. Porque essas escolhas são escolhas pessoais e não sociais. As escolhas como sociedade têm que ser mais pragmáticas, pois se baseiam e tem que estar amparadas nas leis que nós (eles? a sociedade?) mesmos escrevemos.
(*José Valdeci de Souza Martins, é bacharel em administração de empresas, sargento PM, membro da União Brasileira de Escritores UBE-MS e pós-graduado em Estudos de Política e Estratégia pela UCDB/ADESG em Campo Grande)
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Postado por: José Valdeci de Souza Martins (*), 05 Novembro 2014 às 14:29 - em: Falando Nisso