Polícia Federal indicia Portela e mais dois investigados no inquérito do golpe de Estado

Campo Grande News/Reprodução
Polícia Federal indicia Portela e mais dois investigados no inquérito do golpe de Estado
Portela nega participação nos atos divulgados
A Polícia Federal indiciou ontem mais três pessoas na investigação de um plano de golpe de Estado no fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, dentre eles Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela (PL-MS), suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS). Como já havia sido divulgado pela PF, ele é suspeito de atuar como intermediário entre o antigo governo e financiadores de atos antidemocráticos.
 
Os outros dois são Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de Gabinete do general da reserva Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência, acusado de atuar no planejamento do golpe, e o militar Rodrigo Bezerra de Azevedo, kid-preto do Exército, acusado de participar do trabalho de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. Com os indiciamentos, o inquérito que investiga a tentativa de golpe passa a contar com 40 indiciados, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.
 
No relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, o delegado da PF, Fabio Shor, detalha a atuação dos acusados. Conforme a investigação, Portela atuou como intermediário entre o governo Bolsonaro e financiadores de manifestações antidemocráticas em Mato Grosso do Sul, no final de 2022. Os agentes identificaram uma troca de mensagens pelo WhatsApp entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, nas quais Portella, segundo a PF, usou o termo "churrasco" para se referir ao golpe. Para a PF, apoiadores estariam cobrando a consumação do "ato de ruptura institucional" pelo ex-presidente.
 
"Aparecido Portela é amigo próximo de Jair Bolsonaro, desde o período em que ambos serviram na cidade de Nioaque (MS), na década de 70. De acordo com os registros de entrada e saída de pessoas no Palácio do Alvorada, o investigado tenente Portela realizou ao menos 13 visitas no mês de dezembro de 2022 ao então presidente Jair Bolsonaro", afirma a PF. 
 
Em nota à imprensa, assinada com seu advogado, Portela negou ontem "quaisquer práticas ilícitas e antidemocráticas", diz que "está disposto a cooperar para esclarecimento da realidade" e que sua defesa pediu "acesso a integralidade dos autos" e que por isso "foi orientado a permanecer em silêncio até que lhe seja proporcionado acesso". Diz ainda que está "inteiramente à disposição da justiça para esclarecimentos futuros e que este restará provado que não teve nenhuma participação a atos que vem sendo noticiados". (Com Agência Brasil e JD1)


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Postado por: Marco Eusébio, 12 Dezembro 2024 às 08:00 - em: Principal


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