A Polícia Federal deflagrou hoje a operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) que mira um grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro que seria responsável por suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder. Por determinação do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, Bolsonaro, que está em Angra dos Reis (RJ), terá de entregar o passaporte em 24 horas, o que foi confirmado por sua defesa à imprensa. Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisões preventivas, 33 de busca e apreensão e 48 medidas cautelares, como suspensão do exercício da função pública e entrega de passaportes. A operação ocorre em Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal. 

 

Entre os alvos de busca estão aliados civis e militares do ex-presidente, como os generais Braga Netto e Augusto Heleno e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Os alvos de prisão são os ex-assessores Filipe Martins e Marcelo Câmara e dois militares da ativa: o coronel Romão Correa Neto e major Rafael Martins de Oliveira. O Exército foi chamado para acompanhar o cumprimento das ordens contra os militares. Conforme a PF, os investigados divulgaram informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro para tentar legitimar uma intervenção militar. Se confirmadas, essas ações podem configurar em crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A operação é fruto da delação de Mauro Cid e sequência de outras investigações. (Com Estadão e G1)