Pobreza extrema em Mato Grosso do Sul Eronildo Barbosa (*)

Pobreza extrema em Mato Grosso do Sul

 

A pobreza extrema continua aumentando o sofrimento daqueles que não conseguem as condições materiais para viver com o mínimo de dignidade. São homens e mulheres em varias partes do mundo que não obtém o alimento diário e a moradia que o corpo tanto necessita para se manter saudável e produtivo. Em todos os continentes essa situação está presente desafinado aqueles que almejam construir um mundo em que todos tenham as mesmas oportunidades. 
  
Isso tudo está acontecendo em uma quadra histórica em que as forças produtivas do mundo podem produzir alimentos baratos para aplacar, também, a fome daqueles que não tem os recursos financeiros necessários para comprar sua ração diária e ou mesmo manter um teto. 
 
Por trás dessa situação, na verdade, está o modo de produção vigente que, na prática, define a priori quem deve ser contemplado com a produção da riqueza e quem deve ficar fora desse processo. Ou os que devem receber apenas as migalhas que sobram da opulência. 
 
Isso explica o fato de um bilhão de pessoas estarem desempregadas e ou subempregadas no mundo conforme dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) referente ao ano de 1995.  Explica também a existência de 925 milhões de subnutridos no mundo de acordo com informações de 2010 da Organização das Nações Unidas (ONU). Esses não podem comer com o suor dos seus rostos como apregoam os textos bíblicos. 
 
O Brasil não fica de fora dessas tristes estatísticas. A nossa realidade concreta aponta, de acordo com a ministra de Desenvolvimento e Combate à Fome, Teresa Campelo, que 16,27 milhões de pessoas continuam em situação de extrema pobreza, o que representa a altíssima cifra de 8,5% da população. 
 
E mais: a pobreza extrema no Brasil continua se concentrando de acordo com dados recentes do IBGE principalmente naqueles grupos sociais que tem a pigmentação da pele parda ou negra. Isso vale para os que habitam a zona rural ou urbana. Quanto menor é a renda maior é a população parda ou negra. 
 
Mato Grosso do Sul, embora seja considerado um estado rico, com Índice de Desenvolvimento Humano - IDH da ordem de 0,802, dados de 2010 do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas - PNUD, portanto bem maior que o IDH Brasil que é da ordem de 0,699, apresenta um contingente relativamente alto de pobreza extrema. 
 
Informação divulgada no dia 05 de maio de 2011 pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á Fome indica que 120.103 pessoas estão vivendo em situação de extrema pobreza no estado. Ainda de acordo com a referida fonte Mato Grosso do Sul ocupa a 24º posição entre as capitais no ranking da  pobreza extrema. 
 
Se compararmos com as informações da Fundação Getulio Vargas referente ao ano de 2008, embora sejam metodologias diferentes de análise, o estado de Mato Grosso do Sul subiu cinco posições, saiu de 19º no ranking da pobreza extrema para 24º. 
 
O Brasil tem feito progresso nesse campo. É lento o processo, mas, vem apresentando resultados concretos. As políticas de combate à fome e ao desemprego têm permitido tirar grande contingente de pessoas da situação de extrema pobreza. Muito provavelmente o Brasil é o país que evoluí mais rapidamente nesse campo.  
 
Continuar combatendo a extrema pobreza é uma das tarefas mais importantes desse século. O Estado tem como missão atuar fortemente nesse sentido. As organizações  privadas também. O capitalismo não pode barrar o consumo das pessoas. Essa é a sua fonte de reprodução. 
 
Todos possuem o direito de ter teto e comida. Essa não é uma condição exclusiva de algumas classes. Daí que os programas sociais precisam avançar ainda mais. Esse é o caminho para se acabar com a pobreza em qualquer das suas dimensões. 
 
(Eronildo Barbosa, professor universitário residente em Campo Grande-MS é autor do livro Sindicalismo em  Mato Grosso do Sul- 1920-1980) 
 


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Postado por: Eronildo Barbosa (*), 15 Maio 2011 às 12:25 - em: Falando Nisso


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