Em discurso de posse ao assumir hoje o cargo de ministra do Planejamento e Orçamento, pasta que fazia parte do Ministério da Economia do antigo governo e foi recriada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que os pobres terão prioridade no orçamento do novo governo. "Os pobres estarão prioritariamente no orçamento público. A primeira infância, idosos, mulheres, povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Tem de abarcar todas essas prioridades, sem deixar de ficar de olho na dívida pública", afirmou, frisando que o governo vai colocar o "brasileiro" no orçamento, sem descuidar da responsabilidade fiscal.

 

Simone agradeceu a Lula pela nomeação e disse que assume um dos "mais importantes" ministérios do novo governo. Relevou que, em dezembro, recebeu um envelope de Lula que só deveria ser aberto depois do Natal, e nele viu o convite para assumir o Ministério do Planejamento. Contou que disse a Lula ter "divergências econômicas" com os demais integrantes da equipe, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas considera que o petista não encara isso como problema. "Eu disse: 'presidente, nessa pauta [de economia], eu, Haddad, Alckmin, Esther, nós temos divergências econômicas'. Lula me ignorou, como se dissesse: 'é isso que eu quero. Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que se constrói uma sociedade democrática'", declarou.

 

Natural de Três Lagoas (MS), Simone Tebet, de 52 anos, é advogada e professora universitária, foi deputada estadual, secretária de governo, vice-governadora, prefeita de Três Lagoas e senadora por Mato Grosso do Sul. Nas eleições presidenciais de 2022 ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 4,2% dos votos válidos, e no segundo declarou apoio a Lula, o que teria sido fundamental para a eleição do petista.