Leonardo Avelino Duarte (*)
Pela memória de Júlio Alamy
Soube há pouco do inesperado passamento do engenheiro Júlio Cesar Alamy. Entristeci-me com a notícia. Mineiro, seu nome tem profunda ligação com o Estado de Mato Grosso do Sul, lugar que escolheu para viver e trabalhar.
Radicado em Campo Grande desde 1973, Júlio participou da realização de inúmeras obras em nosso Estado, tanto na capital como no interior. Em Campo Grande, deixou sua marca em prédios como o Fórum da Capital, o Hospital Rosa Pedrossian e a canalização da rua Maracaju e dos córregos Prosa e Segredo. No interior, participou da construção de diversas estradas e de obras de saneamento básico em vários municípios.
Foi um dos fundadores da Cobel Engenharia, e por um bom tempo sócio-proprietário da empresa Águas Guariroba. Era conhecido por todo corpo empresarial do estado e tido como um líder entre os engenheiros.
Homem simples deixa saudades, sobretudo pela afabilidade. Júlio parecia instintivamente saber da máxima de Joseph Joubert: “Quem não é suficientemente gentil não é suficientemente humano”. Certa vez confessou-me que queria mesmo é ser pecuarista porque assim “não entrava em confusão com ninguém”. Há algum tempo havia deixado de trabalhar com o poder público e passado a se dedicar somente à obras privadas e a outros negócios.
Em 2004, acertadamente, a Assembleia Legislativa lhe concedeu o título de cidadão sul-mato-grossense.
Quem conhece de vida é a morte. É a perspectiva do passamento e da eternidade que nos faz pensar e refletir sobre a vida. Quem vive sem a perspectiva da morte perde a noção da importância da vida, ou das coisas que verdadeiramente importam. Mesmo assim, há algumas despedidas que são especialmente doloridas, porque inesperadas. Aos 66 anos de uma vida de sucesso, com muito trabalho e realizações ainda a vir, há a inequívoca sensação de que o engenheiro Júlio nos privou de sua companhia cedo demais. Resta-nos seu exemplo, de que afabilidade e força de trabalho são belos adornos a um homem. Aos familiares, especialmente à filha e a esposa, a memória de um homem querido e alegre, que Mato Grosso do Sul não esquecerá.
(*Leonardo Avelino Duarte é advogado, conselheiro federal da OAB e ex-presidente da OAB-MS)
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Postado por: Leonardo Avelino Duarte (*), 14 Novembro 2013 às 13:51 - em: Falando Nisso