Para uma vida adulta mais feliz, o que devemos ensinar às crianças? Rafaela Furlan (*)

Para uma vida adulta mais feliz, o que devemos ensinar às crianças?

Qual imagem você quer ter do seu filho ou filha quando adulto? Muito provavelmente como uma pessoa autoconfiante, independente e feliz com as próprias escolhas, sendo capaz de estabelecer fortes laços com outras pessoas.
 
Para isso, as soft skills precisam ser desenvolvidas desde a infância. Essas habilidades são um conjunto de características do comportamento que ajuda pessoas a se comunicarem melhor, terem uma autogestão das emoções, resolverem conflitos, tomarem boas decisões e entenderem de forma construtiva diferentes pontos de vista.
 
Habilidades focadas no comportamento, elas são essenciais, em grande parte, para o sucesso interpessoal e profissional. De acordo com um estudo do Stanford Research Institute e Carnegie Mellon Foundation, 85% do sucesso nos negócios a longo prazo depende de soft skills bem desenvolvidas e apenas 15% de habilidades técnicas.
 
Mas por que adaptar um conceito tão comum do mercado de trabalho para o universo infantil? O mundo está mudando rápido demais e precisamos encontrar ferramentas para nos adaptarmos.
 
Na era da depressão e do burnout, as soft skills são uma peça-chave para que as crianças consigam se adaptar melhor a este ecossistema em constante mudança sem prejudicar seu estado mental. Mas primeiro é necessário determinar quais habilidades interpessoais as crianças precisam. Alguns exemplos: mentalidade de crescimento para focar em soluções; coragem e autoconfiança para enfrentar situações de insegurança; autoconhecimento para entender suas próprias emoções; gentileza e empatia para se conectar com outros.
 
E o que os pais podem fazer dentro de casa para incentivar essas habilidades? O principal é o exemplo. Comece a prestar atenção nas suas próprias atitudes como referência para a criança: imagine uma situação de estresse durante um passeio de final de semana, você respira ou explode? Aqui, já estamos falando da inteligência emocional.
 
Mais um exemplo: imagine que algo não saiu como planejado. Como você lida com essa situação? Você reclama e não tenta achar outra solução ou enxerga aquela situação como oportunidade para buscar um caminho diferente? Agora estamos falando da mentalidade de crescimento.
 
Outras vivências que podem ajudar no desenvolvimento são os esportes coletivos e individuais: observe como a criança lida com as frustrações e recompensas, como ela desenvolve a empatia pelos colegas em um momento de pressão e, principalmente, como encontra soluções.
 
Por fim, existem os livros: busque histórias que inspirem atitudes, que expliquem suas emoções e os ajudem a realmente enxergar suas características como superpoderes. Sem dúvidas, teremos uma geração muito mais empática e autoconfiante no futuro.
 
(*Rafaela Furlan é administradora de empresas, pós-graduada em Marketing, empreendedora e mentora de soft skills. Publicou o livro “O polvo das pernas coloridas” em coautoria com a educadora parental Claudia Waldmann para desenvolver habilidades comportamentais na infância)


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Postado por: Rafaela Furlan (*), 01 Outubro 2024 às 11:45 - em: Falando Nisso


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