Os quatro caminhos Heitor Freire (*)

Os quatro caminhos

Aprendi que a Alta Espiritualidade, a Ordem Maior que comanda todo o Universo sob a regência de Deus, compreende toda a humanidade, em todos os tempos, sem qualquer privilégio entre um povo e outro.
 
Assim foram suscitadas a encarnação de seres iluminados que deixaram um legado muito valioso de ensinamento consubstanciado principalmente na vida e no exemplo de cada um. Na Índia, Buda; na China, Lao-tse e Confúcio; na Grécia, Sócrates, Platão e Aristóteles, no século V antes de Cristo; depois, na Judéia, Jesus, o Mestre dos Mestres; a seguir, na Arábia, Maomé, no século VI depois de Cristo; ; e, por fim, na França, Allan Kardec, no século XIX.
 
Cada um a seu tempo contribuiu com sua mensagem que se estende de forma perene e chega até nós. Simultaneamente, em outros continentes também a orientação divina se fez presente, embora sua divulgação não tenha chegado a, todos – por isso, o conhecimento está chegando agora por meio da internet. 
 
Esse conhecimento também se insere no conjunto de atitudes e comportamentos que visam a evolução e o aperfeiçoamento do ser humano. Destaco neste artigo, o trabalho de Don Miguel Ruiz, médico-cirurgião, um nagual – nagualismo é um sistema de práticas e crenças mágicas dos indígenas toltecas do México e da América Central –, mestre da escola secreta dos toltecas,  e autor dos best sellers Os Quatro Compromissos e A Voz do Conhecimento.
 
Um resumo, para ilustrar este artigo, dos quatro compromissos:
 
“Em primeiro lugar, mantenha-se fiel à linguagem que você usa, ou seja à sua palavra: este é um método prático para cuidar de si mesmo e cuidar dos outros, e estabelece as bases para suas habilidades de comunicação. 
 
Em segundo lugar, nunca leve nada para o lado pessoal – este compromisso ajuda você a abrir mão de um dever que você pensava ter em relação às ações de outras pessoas. É uma ferramenta que ensina humildade e afasta o egoísmo. 
 
Terceiro, não tire conclusões precipitadas: este compromisso oferece a oportunidade de comunicação aberta em qualquer relacionamento. Proponha que você troque histórias que você acredita por interesse; este será um guia para ajudá-lo a fazer perguntas até que as coisas estejam claras para você e você não precise inventar fatos perdidos sozinho. 
 
Quarto, sempre faça o seu melhor: o compromisso final pede que você esteja atento à sua mente e ao seu corpo e observe as mudanças pelas quais eles passam continuamente. Ele comenta que nem sempre é possível colocar o mesmo vigor em algo totalmente natural. Assuma e aja de acordo com esses compromissos, e é assim que você pode começar a existir em uma vida livre de arrependimento, mágoa e culpa”. 
 
No aprendizado constante, também me defrontei outro dia com um povo interessante, os purépechas, um povo indígena que habita o estado de Michoacán, no México. Eles foram chamados tarascos pelos espanhóis, uma hispanização da palavra "cunhado" no idioma purépecha. Eles se chamam a si mesmos, coletivamente, como P’urhépecha, e cada um dos integrantes é um p’urhé ou puré, que significa gente ou pessoa. Isso implica em autoafirmação como seres humanos e povo em geral.
 
Pois bem, desse povo indígena encontrei um poema, uma poesia purépecha que demonstra claramente o seu grau de evolução:
 
En la vida ni se gana ni se pierde,
ni se fracasa ni se triunfa.
En la vida se aprende,
se crece,
se descubre,
se escribe,
se borra. 
Y se reescribe otra vez,
se hila,
se deshila y
se vuelve a hilar.
El día que comprendí
que lo único que me voy a llevar es lo que vivo, 
empecé a vivir lo que me quiero llevar. 
 
E assim, vamos aprendendo sempre, com todos.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 25 Maio 2024 às 08:00 - em: Falando Nisso


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