O poder da fé Ari Sandim (*)

O poder da fé

Desde os primórdios da civilização o papel das religiões nas instâncias de poder tem sido uma constante, influenciando decisivamente a condução dos povos de forma silenciosa em alguns casos, em outros de forma ruidosa. 
 
No Brasil desde seu descobrimento a religião tem construído sua legitimidade através da participação nos processos históricos, principalmente o catolicismo por intermédio da igreja católica que na década de 1960, sob forte influência do Concilio Vaticano II, e fortalecimento da Confederação dos Bispos Brasileiros (CNBB) como instrumento de interação com a sociedade civil e movimentos sociais, desempenhou um papel de grande relevância para abertura do regime de exceção, com atuação destacada das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s) como alicerce para aquele momento.
 
Atualmente a igreja católica continua desempenhando um grande papel na política brasileira, onde sua luta incansável de construir uma sociedade mais humana e fraterna serve de ideais para vários agentes políticos que comungam desse ideário.
 
Outra corrente religiosa que tem crescido e se fortalecido muito, são os pentecostais que desde sua participação efetiva e de destaque nas eleições de 1986, quando essa eleição buscou elaborar a nova constituição da república, concluída em 1988, nascendo assim a “Constituição cidadã”, percebe-se uma maior participação de todos os segmentos evangélicos na política brasileira.
 
O crescimento do número de fiéis evangélicos de 61% em relação ao início deste século, de acordo com dados do IBGE de 2010, cresceu também a representatividade na última legislatura em aproximadamente 30% segundo informação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) que agrega mais de noventa parlamentares.
 
Assim sendo, a bancada evangélica vem ganhando importância estratégica em qualquer processo eleitoral no país, também face sua organização, foco e composição entre as várias correntes existentes para alcançar o poder da fé e manutenção da família tradicional como alicerce social. Tendo isso em mente e o fato da Igreja Católica não se envolver mais diretamente nas eleições partidárias por motivos históricos, este segmento crescente faz toda a diferença no momento da escolha dos representantes na execução, elaboração e fiscalização da coisa pública.
 
(*Ari Sandim Primo é administrador de empresas e consultor político em Campo Grande-MS)
 


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Postado por: Ari Sandim (*), 30 Maio 2016 às 14:00 - em: Falando Nisso


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