O feito do Feitosa...
Do acervo de Luiz Carlos Feitosa para o www.marcoeusebio.com.brFoi há 30 anos. Usando um vistoso óculos escuro, moda na época, e portando um gravador também nem um pouco discreto, movido a seis pilhas "grandes", o repórter Luiz Carlos Feitosa, com 21 anos, se encontrou pela primeira vez com um ministro das Comunicações. Era Haroldo Corrêa de Mattos, em entrevista coletiva no dia 5 de maio de 1981. Taí a foto acima para provar.
Naquele tempo Feitosa não era apenas repórter. Podia ser chamado de "faz tudo" de seu jornal A Crítica de Campo Grande, fundado no ano anterior. Além de dono e diretor, atuava como fotógrafo, vendia publicidade e até distribuía exemplares do semanário nas manhãs domingueiras na Avenida Afonso Pena, no centro da Capital sul-mato-grossense. Trabalhava muito, mas com gosto. Afinal, para quem já havia sido engraxate na adolescência, virar empresário, dono de seu próprio jornal, era uma grande vitória.
Para fazer a tal entrevista, Feitosa viajou mais de 700 quilômetros. O evento aconteceu lá em Santo Antonio do Leverger, no distrito de Mimoso, às margens da Lagoa de Chacororé, próximo à Cuiabá, capital do vizinho Mato Grosso. Naquele dia o lugarejo havia sido invadido por uma grande comitiva de autoridades, a maioria militares. Foram inaugurar um posto de serviço de telefônico para homenagear o finado marechal Cândido Mariano Rondon, patrono das comunicações brasileiras, que nascera naquele pequeno e distante povoado quase despovoado.
Naquela época o serviço de telefonia era estatal e nos dois estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estava a cargo da Telecomunicações de Mato Grosso, a Telemat, cuja diretoria resolveu instalar o tal posto, economicamente inviável, só para a tal homenagem e póstuma e, de quebra, fazer um agrado ao governo militar que estava no ocaso. Em local aprazível, mas quase ermo, o posto telefônico teria raros usuários. O lugarejo nem energia elétrica tinha. Os equipamentos seriam movidos com energia solar e eólica.
Para provar que a energia do sol e do vento funcionava, o ato foi marcado por dois telefonemas. Um do então governador de Mato Grosso, Frederico Carlos Soares Campos, para o presidente da República, General João Batista Figueiredo, que estava no Palácio do Planalto. Em seguida, o ministro Haroldo de Mattos ligou para a casa da filha do homenageado, Aracy Rondon Amarante, lá em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Também foi inaugurado um grande painel simbolizando a epopéia de Rondon. Foi feito pelos atuais donos da Art & Traço, conhecida agência de publicidade de Campo Grande (MS), Chico Lacerda e Edvaldo Jacinto Corrêa, contratados para a tarefa pelo diretor de Comunicação Social da Telemat, Enneu Fett de Magalhães. Para fazer o painel, Chico e Edvaldo ficaram quase dois meses acampados às margens da grande lagoa.
Emocionado por entrevistar um importante integrante do primeiro escalão do governo federal pela primeira vez, Feitosa não imaginava naquele dia que seria o primeiro de seus vários encontros com ministros das Comunicações. Seis anos depois, em 1987, ele seria recebido no ministério, em Brasília, por outro titular da pasta, o baiano Antonio Carlos Magalhães, quando reivindicpi sua primeira emissora de rádio, a Pindorama AM, de Sidrolândia (MS). Em janeiro de 1988 seu pedido foi atendido e a outorga veio com a chancela do então presidente José Sarney e a do Ministro ACM.
Depois, Feitosa se encontrou com outros mandatários do Ministério das Comunicações: Miro Teixeira, Hélio Costa e José Artur Filardi. E obteve novas concessões. Hoje, 30 anos depois da primeira vez mostrada na foto acima, o repórter-empresário consolidou o Grupo Feitosa de Comunicação com emissoras de rádio espalhadas por várias regiões de Mato Grosso do Sul, dentre elas, a Transamérica Campo Grande FM - 99,1 Mhz. O ex-engraxate aprendeu a lustrar seu caminho empresarial.
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Postado por: Marco Eusébio, 18 Setembro 2011 às 15:30 - em: Garimpando Historia