A semana começou com o mundo lamentando a perda de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, que vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos diante de crises de bronquite e morreu ontem, aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível, conforme boletim médico divulgado pelo Vaticano. Sua partida aconteceu um dia depois de se pronunciar na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

 

Francisco assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de março de 2013 e dedicou seu pontificado à luta pela paz, pela redução das desigualdades e pelo respito às religiões. Foi o primeiro papa latino-americano, primeiro jesuíta eleito papa e também o primeiro a usar o nome de Francisco, considerado pelos devotos um sinal de humildade e devoção aos mais pobres. Em doze anos, promoveu uma revolução na Igreja Católica. Começou abrindo mão de regalias do cargo. Condenou escândalos de abusos sexuais contra menores e extinguiu o sigilo que protegia sacerdotes envolvidos. Abriu as portas da Ugreja para casais divorciados e homossexuais, sem condenar essas pessoas, o que gerou a ira dos mais conservadores. 

 

Em sua trajetória como sumo pontífice buscou promover a paz, união e o amor fraterno, a principal mensagem de Jesus Cristo. Frisava que "todas as religiões levam à Deus" e defendia que a diferença de crenças religiosas não deveriam separar quem acredita em Deus, quebrando o ciclo da intolerância e preconceitos que, infelizmente, existe entre religiosos de diversas matizes. Francisco não apenas falou, mas praticou sua crença.

 

Amante do futebol e mais famoso torcedor do San Lorenzo, recebeu homenagens do clube argentino e de outros de todo o mundo, assim como de estrelas do esporte. Sua morte também foi lamentada por diferentes líderes mundiais, desde o norte-americano Donald Trump, ao russo Vladimir Putin, passando pelo ucraniano Vladimir Zelensky e o isaraelense Benjamin Nethanyahu. 

 

No Brasil, o presidente Lula decretou luto de sete dias e afirmou em nota: “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade, que são a base dos ensinamentos cristãos. O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações".

 

A Santa Sé informou hoje que o funeral do papa Francisco acontecerá no sábado, às 5h (DF), na Praça São Pedro, antes do sepultamento, no mesmo dia, na Basílica Santa Maria Maggiore de Roma. Cardeiais de todo o mundo estão indo para o Vaticano para participar do conclave que vai escolher o futuro papa, que começará pelo menos 15 dias, a contar da data do falecimento de Francisco.