Novos tempos Heitor Freire (*)

Novos tempos

A vida, essa sequência infinita que conduz nossos espíritos, é fonte de aprendizado permanente. Assim, quando adquirimos consciência do que somos e do que representa a encarnação, passamos a agir de forma responsável e aprimorada pelo aperfeiçoamento de nossas atitudes.
 
Sabemos que nada acontece por acaso. Assim, todas essas transformações que estão assustando o mundo (tsunamis, terremotos, enchentes, guerra, tiranos no poder, pandemia etc.), são parte da evolução que se prenuncia em todas as modalidades de vida no nosso planeta. Estes são apenas os aspectos físicos pelos quais estamos passando.
 
Além destes, existem também os aspectos mentais e os espirituais, que não são visíveis. E, portanto, só são percebidos por meio do sentimento que se aloja no coração de cada um. Daí a sensação de aflição por algo que não sabemos interpretar, mas nos aperta o coração e dá um frio na alma. 
 
A consciência dessa situação, no entanto, não deve apavorar ninguém. Em primeiro lugar, porque é inevitável. Segundo, porque sabendo, é possível mudar o resultado final. Parafraseando Chico Xavier, “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
 
E como se faz isso? Pela mudança de atitude a partir de agora. Pela transformação dos nossos atos, pensamentos e palavras. Agindo de forma consciente, verdadeira e sincera.
 
Aprimorando de forma argêntea, sensível, inteligente, amorosa e discernível todos os nossos procedimentos. 
 
Estes novos tempos transformarão radicalmente o comportamento das pessoas. O amor e o bem comum serão o norte de nossas decisões. Se extinguirá a infidelidade em todas as suas modalidades. Surgirá um novo ser.
 
Uma outra consequência dos novos tempos é o despertar para a verdadeira consciência a respeito da morte, que nestes tempos de pandemia tanto sofrimento causou a tanta gente. Até hoje a morte é considerada por muitos o derradeiro fim, como se tudo acabasse nela. Mas, na verdade, a morte é apenas a transição de um estado para outro – do estado encarnado para o não encarnado, do material para o espiritual, do físico para o metafísico. A vida prossegue num estágio diferente, com a continuidade da manifestação do espírito com o fluxo natural da evolução.
 
Quando a morte acontece de forma inesperada, ela provoca uma reação de revolta, frustração, angústia, uma sensação de algo que deveria ter sido feito em relação ao falecido e ficamos com a sensação de impotência. Não é bem assim. Todos estamos ligados uns aos outros, e a continuidade das relações permanece, pois serão retomadas em outro plano.
 
Independentemente da forma como ocorre, seja acidental, dramática ou natural, todos nós faremos a passagem. Isso é um fato. Outro fato é que cada um vai receber de acordo com o seu merecimento.
 
Assim, o momento é de reflexão, recolhimento, meditação, de busca sincera da percepção a respeito destes novos tempos.
 
Naturalmente, tudo que escrevo é resultado de meu aprendizado e estudo permanente. Sou ligado em tudo o que acontece, e observo permanentemente para entender e aprender. Não pretendo ensinar nada a ninguém, mas procuro expor meu entendimento e quem sabe consiga servir de inspiração aos outros.
 
Aprendi o óbvio, que Jesus nos ensinou. Estou sempre atento para o que acontece e aplico o que Ele disse, por meio de suas parábolas. Minha religião é procurar seguir o Seu exemplo, que provoca um conjunto de mudanças na minha vida, a ponto de produzir transformações reais em meu comportamento.
 
Cada um tem seu próprio caminho, e na medida em que se conscientizar, vai também aprimorar sua vida e naturalmente se aperfeiçoar. Ou, dito de outra forma, como escreveu o poeta andaluz Antonio Machado Ruiz, “Caminante, no hay camino; el camino se hace al andar.”
 
Caminemos, entonces.
 
(*Heitor Rodrigues Freire - corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 23 Abril 2022 às 07:45 - em: Falando Nisso


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