- “Aos que me trataram como lixo, hoje estamos na Copa.”

O desabafo do técnico[?] Diego Maradona na coletiva após a vitória (no finalzinho do jogo e das Eliminatórias) contra o Uruguai, contra-atacando a imprensa poderia ter ficado por aí caso ele fosse equilibrado. Mas Dieguito, descontrolado, proferiu uma série de palavrões contra a imprensa por criticar seu desempenho medíocre na função de direção de uma seleção campeã mundial que, por motivos que todos sabem, nunca deveria exercer. E acabou sendo alvo de novas e justas críticas de jornais da própria “la prensa”. Os principais jornais argentinos destacam hoje que, em vez de festejar, Maradona perdeu o controle como "a garota do (filme) Exorcista", e deu um show "vergonhoso".

- "Chupem! Chupem todos!" - esbravejava Maradona e integrantes da comissão técnica, ao fim da partida, contra jornalistas.

- "Foi como se a alegria pela classificação para o Mundial ficasse em segundo plano", divulgou o jornal argentino La Nación, para quem Maradona "se consumiu em seu próprio rancor".

Para o Clarín, a "atitude revanchista" de Maradona demonstra "pouca autocrítica". "(Maradona) parece não levar em conta a derrota por 6-1 na altitude contra a Bolívia e os tropeções contra o Brasil e o Paraguai", diz o jornal frisando que, apesar de as críticas contra o seu "péssimo rendimento nas eliminatórias" (a Argentina se classificou em quarto lugar no grupo) o "show" de Maradona foi "triste", "desatinado" e "vergonhoso".

Cuidado com a Argentina...

Maradona (que foi um grande jogador, mas como la persona e como técnico tem um comportamento público nada exemplar) à parte...

...é preciso prestar atenção e não menosprezar a seleção argentina na Copa de 2010. A história das últimas quatro décadas da competição sabe que é preciso ter muito cuidado com campeões em crise. Quem conhece um pouco de história de futebol sabe que as copas atestam que a quase totalidade delas foi conquistada por seleções que já tinham tradição e título mundial e que entraram no torneio desacreditadas pela imprensa de seus respectivos países e por torcedores. Basta lembrar de casos exemplares...

Vide o próprio Brasil desde 1970 que trocou de técnico na última hora e ninguém acreditava que seria tri-campeão no México com sob o contestável comando de Zagalo, embora muita gente só se lembre da vitória.

Vide a seleção da Itália de Paolo Rossi, cabisbaixa pelas manchetes de ser integrada por integrantes do time da máfia da loteria, que superou a si própria e tirou da Copa de 82 a melhor seleção do planeta, o Brasil de Telê, Zico, Sócrates, Falcão e outros craques inesquecíveis, sagrando-se campeã.