Morre Whashington Olivetto, aos 73 anos
Fotos Divulgação
A criatividade está de luto, como escreveu o dramaturgo Walcir Carrasco em uma rede social. O Brasil perdeu neste domingo seu maior e mais premiado publicitário. Washington Olivetto faleceu aos 73 anos, depois de quatro meses internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, para onde viajou após uma cirurgia no pulmão, feita em São Paulo, cujo quadro cirúrgico acabou se agravando.
Paulistano nascido no bairro da Lapa, Olivetto entrou na faculdade de publicidade na Fundação Álvares Penteado, mas não concluiu o curso. Iniciou a carreira aos em 1969, aos 18 anos, na agência HGP, onde resolveu pedir emprego após o pneu de seu carro furar em frente à empresa. Após três meses, produziu um comercial para a Deca, que em 1973 conquistou o prêmio Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes, o primeiro de uma longa série.
Mais tarde foi para a agência DPZ, uma das maiores do País, e muitos prêmios depois, fundou na década de 1980 sua própria agência, a WBrasil, que até virou música de Jorge Ben Jor.
Olivetto foi o criador de campanhas publicitárias que marcaram história como o "garoto Bombril"; o "primeiro sutiã", da Valisère; e conquistou mais de 50 Leões no Festival de Cannes. Um dos mais famosos e premiados comerciais feitos por ele foi para a Folha de S.Paulo. A peça mostra dados positivos de um governo e depois revela que esse governante foi Adolf Hitler. Em seguida, aparece a seguinte mensagem: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade."
Corintiano, chegou a ser vice-presidente de marketing do clube nos anos 1980 e foi criador do movimento Democracia Corintiana. Em 2001, virou notícia nacional ao ser sequestrado em São Paulo. Ficou 53 dias em cativeiro, num quarto de 3m², mas acabou resgatado quando um vizinho desconfiou de problemas e chamou a polícia.
Embora sempre assediado por políticos e partidos, ele nunca aceitou convites para fazer campanha política. "Esse foi um dinheiro muito bom de não ganhar", dizia em entrevistas. “Sempre preferi a iniciativa privada, trabalhar para produtos que o consumidor possa devolver se não gostar”, afirmou, em 2015, na TV Cultura. Mesmo assim, no fim da década de 1980 ele transformou políticos famosos em garotos-propaganda, colocando dois ex-governadores de ideologias contrárias, Paulo Maluf (SP) e Leonel Brizola (RJ), para fazer anúncios do sapato Vulcabras. (Com noticiário nacional e arquivos)
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Postado por: Marco Eusébio, 14 Outubro 2024 às 09:15 - em: Principal