Morreu aos 88 anos, neste domingo, o ator francês Alain Delon, um dos principais galãs do cinema mundial. “Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como (seu cachorro) Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida de seu pai. Ele faleceu pacificamente em sua casa em Douchy, cercado por seus três filhos e sua família", diz nota divulgada ontem pela família.

 

Delon enfrentava problemas de saúde nos últimos anos e, como morava na Suiça, onde a eutanásia é legalizada, havia decidido partir por meio de um suicídio assistido, conforme revelou em 2022 seu filho, Anthony Delon. Porém, o comunicado divulgado pela família ontem não confirma se esta vontade foi acatada. 

 

Nascido em Sceaux, um subúrbio de Paris, Alain Fabien Maurice Marcel Delon teve uma infância turbulenta, marcada pelo divórcio dos pais e expulsões da escola. Serviu na Marinha Francesa na Indochina e depois trabalhou em empregos como porteiro, garçom e vendedor em Paris. Fez sua primeira aparição no cinema em 1957, interpretando um assassino de aluguel no thriller “Quand la femme s’en mêle”. Na década de 1960, atuou com diretores elogiados europeus como René Clément (“Plein Soleil”, 1960), Luchino Visconti (“Rocco e seus Irmãos”, 1960, e “O Leopardo”, 1963) e Jean-Pierre Melville (“Le Samouraï”, 1967). 

 

Por muito tempo, Alain Delon, famoso pela beleza, lutou contra o estigma de ser valorizado mais como galã do que pelo talento. Só foi reconhecido com premiações em uma segunda fase da carreira. Em 1985 conquistou o prêmio César de melhor ator, pela atuação em “Quartos separados”, de Bertrand Blier. Dez anos depois, recebeu um Urso de Ouro honorário no Festival de Berlim. A Palma de Ouro, em Cannes, veio apenas em 2019. (Com O Globo)