Mônica Serra contou ter feito aborto, diz ex-aluna

Folha de S.Paulo reprodução do site Terra
Mônica Serra contou ter feito aborto, diz ex-aluna
Matéria intitulada "Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex aluna" foi publicada na edição impressa deste sábado do jornal Folha de S.Paulo, informa hoje o site Terra. Assinado pela colunista Monica Bergamo, o texto ocupa a metade inferior da página 10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, de 37 anos, que teve Monica Serra como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp). A matéria descreve frases que Sheila postou em seu Facebook um dia depois do recente debate com Dilma e Serra na Band, no domingo anterior (10). Na segunda-feira (11), Sheila disse em seu perfil no Facebook que escrevia para "deixar minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra" em relação ao tema aborto. Conforme a Folha de S.Paulo, Sheila escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres começando pela sua própria mulher. Sim, Mônica Serra já fez um aborto". 

A colunista Monica Bergamo conta, na matéria da Folha, que conversou com Sheila e com outra das ex-alunas de Mônica Serra que ouviram o relato da então professora sobre o aborto. À Folha "a bailarina diz que confirma cem por cento tudo que escreveu" no Faceboook, diz o jornal. Para Monica Bergamo, Sheila confirmou um dos principais trechos escritos em seu Facebook: "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre seu aborto traumático". (...) "Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse (sic) eleito presidente?".

A matéria da Folha de S.Paulo exibe ao lado direito do texto, uma reprodução de "santinho" de Serra que sua campanha tem distribuído a eleitores com a foto do tucano e a citação "Jesus é a verdade e a justiça" (ver imagem acima).

Outra ex-aluna

Na matéria da Folha, Monica Bergamo diz que localizou uma colega de classe de Sheila, também ex-aluna da esposa do tucano, que hoje trabalha como professora de dança em Brasília e ela concordou em falar sob condição do anonimato. A mulher relatou que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos, criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, descreve a Folha, Monica Serra explicava como marcas e traumas da vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana. A ex-estudante disse ainda, continua a Folha de S. Paulo, que "as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum em uma aula de psicologia. Nesse contexto, afirmou, Monica (Serra) compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura", informa a Folha.

Prossegue o relato na Folha de S.Paulo: Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto. Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável. Depois do golpe militar no Brasil, Serra se mudou para o Chile, onde conheceu a mulher, Veronica. Em 1973, com o golpe que derrubou Luis Allende e levou o general Augusto Pinochet ao poder, Serra e Monica mudaram-se para os Estados Unidos.

À Folha e à Monica Bergamo, Sheila faz questão de manifestar qual é a essência da sua decisão ao falar: "Ela (Monica Serra) não confessou. Ela contou. Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas (ela é) uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética."

Perfil de Sheila

A Folha traz ainda, em meio ao material, um ligeiro perfil de Sheila Canevacci Ribeiro. Revela que Sheila diz ter votado em Plínio de Arruda Sampaio e que declara voto em Dilma no segundo turno, ainda que não pretenda votar por conta de uma viagem para o Líbano já marcada. No perfil que traça de Sheila, a Folha mostra, por outro lado, as ligações da família da ex-aluna de Monica Serra com o PSDB.

Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, ex-aluna de Eva Blay no mestrado da USP. Eva Blay, foi suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado, informa a Folha. Majô, mãe de Sheila, foi ainda pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais da USP, fundado pela ex-primeira dama Ruth Cardoso (1930-2008).

Militante feminista, Majô, a mãe de Sheila, foi candidata derrotada a vereadora e a vice-prefeita em Osasco. Pelo PSDB. À Folha a socióloga disse estar "preocupada" com a filha, mas afirma - é o relato no jornal - que a criou para "ser uma mulher livre" e que ela "agiu como cidadã".

Sheila é casada com o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que foi professor de antropologia cultural na Universidade La Sapienza, em Roma, e hoje dirige pesquisas no Brasil. 

A Folha informa ainda que a assessoria de Monica Serra "não respondeu aos questionamentos feitos pelo jornal "a respeito do relato de suas ex-alunas". Diz ainda que o jornal procurou Monica Serra pela primeira vez na manhã de anteontem (A quinta-feira, 14): "Segundo sua assessoria, ela havia viajado para o Chile e não seria possível localizá-la naquele momento". Por fim, conta colunista Monica Bergamo, "entre quinta-feira e ontem (sexta-feira, 15) a reportagem telefonou seis vezes e enviou cinco e-mails para a assessoria. Recebeu uma mensagem com a seguinte afirmação: "Não há como responder". (As informações são do site Terra)

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Postado por: Marco Eusébio, 16 Outubro 2010 às 20:33 - em: Principal


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