Instituto Butantan deve pedir à Anvisa registro de nova vacina contra dengue até julho
Butantan Divulgação
O Instituto Butantan, de São Paulo, deve pedir entre junho e julho à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro de uma nova vacina contra dengue, cujos testes mostram 79,6% de eficácia geral. Com estudos iniciados em 2009, o imunizante está em fase final de ensaios clínicos e, em junho, o último paciente voluntário a receber a dose experimental completa cinco anos de acompanhamento. A vacina do Butantan, assim como a Qdenga, do laboratório japonês Takeda, é tetravalente e contém os quatro tipos do vírus atenuados. “Por estarem enfraquecidos, os vírus atenuados induzem a produção de anticorpos sem causar a doença e com poucas reações adversas”, diz o instituto. O imunizante brasileiro, entretanto, conta com um diferencial: será administrado em dose única, enquanto a Qdenga exige duas doses.
A vacina desenvolvida pelo Butantan é feita em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Americano (NIH) e a farmacêutica MSD. Os ensaios clínicos estão na fase 3. O imunizante foi administrado em mais de 16 mil pessoas e a equipe acompanha os últimos voluntários incluídos. Os estudos mostram os seguintes resultados:
- Fase 1 do ensaio clínico: 100% de geração de anticorpos em pessoas que já tiveram dengue e 90% de geração de anticorpos em indivíduos que nunca haviam tido contato com o vírus.
- Fase 2 do ensaio clínico (voluntários receberam duas doses): 100% de taxa de soroconversão após a primeira dose em pessoas que já tiveram dengue e 92,6% de taxa de soroconversão em indivíduos que nunca foram infectados. Oitenta por cento dos voluntários produziram anticorpos contra os quatro sorotipos.
- Fase 3 do ensaio clínico (dados primários): 79,6% de eficácia geral, 89,2% de eficácia naqueles que já tinham contraído dengue e 73,5% de eficácia em quem nunca teve contato com o vírus.
“Das mais de 10 mil pessoas que receberam o imunizante na fase 3, apenas três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves e todos se recuperaram totalmente. A frequência de eventos adversos foi semelhante entre as três faixas etárias (2-6, 7-17 e 18-59 anos)”, informou o Butantan. (Com Agência Brasil)
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Postado por: Marco Eusébio, 03 Fevereiro 2024 às 09:00 - em: Principal