'Inaceitável' diz ministro do STF sobre tuíte postado por general há três anos
Felipe Sampaio/STFO ministro do Supremo, Edson Fachin, divulgou nota hoje em que reage à revelação feita em livro pelo general Eduardo Villas Bôas, que foi comandante do Exército nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), em que diz ter articulado com a cúpula da Força seus tuítes de "alerta" ao STF em 2018, pouco antes de a corte julgar um habeas corpus do ex-presidente Lula, que acabou negado em abril daquele ano no processo no qual Fachin era relator. "Anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário. A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", disse o ministro em nota, citando publicados sobre o assunto feitas pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.
No livro "General Villas Bôas: Conversa com o Comandante", lançado pela Editora FGV, com base em entrevista dada ao pesquisador Celso Castro, o militar fala de suas postagens no Twitter no início do ano eleitoral de 2018, quando afirmou que a Força compartilhava "o anseio de todos os cidadãos de bem" e que estava "atento" e depois questionou: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?". O texto, que foi aqui publicado à época, chegou a ser interpretado como ameaça de golpe caso Lula fosse libertado. No livro, Villas Bôas diz que não foi ameaça, mas sim um "alerta". Segundo o general, a mensagem foi postada por causa do que chamou de insatisfação da população com o País; e em resposta à demanda que chegava ao Exército por uma intervenção militar, medida que Villas Bôas afirmou considerar "impensável".
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Postado por: Marco Eusébio, 15 Fevereiro 2021 às 13:45 - em: Principal