Hai Kai - inventando moda Heitor Freire (*)

Hai Kai - inventando moda

O hai kai, que é um tipo de poema curto de origem japonesa, é bastante diferente de outros tipos de poemas porque sua forma e disposição na página diferem do modelo literário tradicional.
 
Hai kai é um vocábulo composto por duas palavras da língua japonesa: hai,  brincadeira, gracejo; e kai, harmonia, realização. O poema se constitui de dois elementos: concisão e objetividade.
 
O modelo tradicional japonês possui uma estrutura específica composta por três versos, formados por 17 sílabas poéticas na forma 5-7-5. Embora seja essa sua estrutura original, o hai kai foi se modificando com o tempo. Alguns poetas não seguem esse padrão. No Brasil, destacaram-se como representantes do hai kai o grande escritor e cartunista Millôr Fernandes, os poetas Paulo Leminski e Guilherme de Almeida, entre outros. O que se observa é que o padrão original foi sendo abandonado e a criatividade de cada artista criou um hai kai brasileiro, se assim podemos definir.
 
Na busca da minha identidade interior, já encontrei em mim rastros de quatro etnias, paraguaia, judaica, árabe e japonesa. Provavelmente vem daí o fato de eu ter sentido uma afinidade imediata com o hai kai – o que me despertou a vontade de também cometer os meus próprios hai kais.
 
Aqui vai a minha primeira produção:
 
Começando a inventar moda
Aprendendo com hai kais  
Pra variar o assunto.
 
O sabiá já está cantando
É sinal que está namorando
Cantemos o amor.
 
A primavera chegou
Com ela as flores e o amor
Amemos todos.
 
Hoje choveu muito
Foi aguaceiro pra todo lado,
Molhou tudo.
 
A felicidade é um tema
Que galvaniza os pensamentos
E sentimentos do ser humano.
 
Todos buscam uma definição
Para a felicidade, no tempo
E no espaço.
 
Felicidade busca incessante,
É mutável, varia muito
Depende de cada um.
 
Felicidade, como tudo
Depende da evolução e entendimento
De cada um.
 
Felicidade na minha caminhada,
Aspiração da minha existência,
Ao longo da minha estrada.
 
Beleza é fundamental,
Não é somente uma cara bonita,
Que se manifesta num sorriso.
 
Felicidade é acima de tudo,
A alegria de viver, sorrindo sempre
Um tom de voz e um abraço.
 
Na vida não há 
Recompensa nem há punição,
Apenas consequências
A vida é constituída pelo tempo,
O tempo passa sem que muitas vezes percebamos.
Quando se vê, já passou.
 
As pessoas são como são,
Como se fizeram, ao longo de suas existências
Enriquecendo o seu ser.
 
O que é necessário a cada um
É não se deixar levar por ilusões nem falsas orientações,
Pois cada um já traz a melhor direção para si.
 
A grande finalidade da vida
É exatamente descobrir-se a si mesmo
Como ser infinito, que cada um é.
 
Brabeza não ganha jogo,
É falta de segurança, que busca na agressão
A firmeza que não tem.
 
Brabeza não ganha jogo,
Nem garante resultado, não ganha respeito
Nem conquista posições.
 
Brabeza não põe mesa,
Não faz amigos, não fica bem.
Por isso, vivamos em paz.
 
Quando se faz algo com consciência,
Amor, entendimento, alegria e aceitação,
Tudo fica bem.
 
Estar de bem com a vida
Ante o céu azul iluminado pelo sol brilhante,
É agradecer ao Supremo Criador.
 
Despertar para o novo dia,
É agradecer pelas bênçãos que recebemos,
E pelas dádivas de que desfrutamos.
 
Estar com a família reunida no lar
Sacrossanto da espiritualidade, desperta 
O espírito da gratidão.
 
Vida, manifestação maior do amor de Deus,
Momento sublime ao nascer, luz, alegria,
Momento supremo ao morrer.
 
Movimento, crescimento, evolução, êxtase,
Conhecimento, experiência, sabedoria, evolução espiritual,
Mudança para um novo grau.
 
Momento divino, a união com outro ser
Que é a manifestação do amor e da continuidade.
Sentimento de parceria com Deus.
 
Inteligência e vontade, momento de inspiração,
Serenidade, concentração, oração verdadeira,
União com o Pai Altíssimo.
 
Hoje, eu fico por aqui.
 
(* Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 05 Março 2022 às 09:15 - em: Falando Nisso


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