Governo recua e decide liberar vacinação de crianças contra covid sem prescrição médica
TV Brasil/ReproduçãoDepois de criar obstáculos e atrasar o início da vacinação contra covid-19 de crianças 5 a 11 anos autorizada pela Anvisa em 16 de dezembro, o Ministério da Saúde recuou e não vai exigir receita médica, defendida pelo ministro Marcelo Queiroga e pelo presidente Jair Bolsonaro. A pasta anunciou hoje à imprensa que as primeiras doses pediátricas da vacina da Pfizer devem chegar ao Brasil no dia 13 deste mês, e distribuídas aos estados no dia seguinte. Para vacinar a criança, será necessário autorização dos pais, mas caso o responsável esteja presente não será cobrado termo escrito.
O governo recuou após realizar uma audiência pública ontem para ouvir representantes de entidades médicas, que defenderam a vacinação imediata e sem maiores exigências. De 18 participantes, só três médicos convidados pela presidente da CCJ da Câmara, a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) foram contra. O governo também inventou uma consulta pública, que conforme especialistas era também como a audiência, além de inédita, desnecessária, e foi igualmente derrotado, admitindo ontem que a maioria votou a favor da vacina sem exigir receita médica.
Conforme o secretário-executivo do ministério, o governo espera receber em janeiro 3,74 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer que virão em três lotes de 1,248 milhão de doses. O primeiro tem chegada prevista para o dia 13 e deve ser distribuído aos estados no dia seguinte. Ainda neste primeiro trimestre, a pasta deve receber mais 20 milhões de doses. O montante seria suficiente para a primeira dose nas cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária existentes no Brasil, conforme o IBGE. A segunda dose poderá ser aplicadas com um intervalo de oito semanas.
GRUPOS PRIORITÁRIOS – A vacinação será primeiro por prioridades e depois por faixa etária, pela seguinte ordem: crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou doenças preexistentes; indígenas e quilombolas; crianças que residem com idosos ou outras pessoas de grupos de risco para covid; crianças sem comorbidades, em ordem decrescente de idade - 10 e 11 anos, 8 e 9, 6 e 7 anos e, por último, de 5 anos.
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Postado por: Marco Eusébio, 05 Janeiro 2022 às 18:00 - em: Principal