Gilmar Mendes ironiza Janot: achei que só estava exposto a 'petições mal redigidas'

Nelson Jr./STF
Gilmar Mendes ironiza Janot: achei que só estava exposto a 'petições mal redigidas'
Em nota, Gilmar Mendes aproveitou para voltar a criticar a Lava Jato e aconselha Janot a buscar 'ajuda psiquiátrica'
"Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas", ironizou Gilmar Mendes ao comentar a revelação do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que foi armado ao Supremo em 2017 com a intenção de matá-lo e se matar depois. Em nota à imprensa, o ministro do STF lamentou que "parte do processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas", disse que sua "intenção suicida" era só pelo "livramento da pena" em ato de "oportunismo e covardia". Afirmou ainda que o combate à corrupão no Brasil "tornou-se refém de fanáticos" e recomendou a Janot buscar "ajuda psiquiátrica". E no Twitter (veja abaixo) Gilmar volta a criticar a Lava Jato que, sob comando de Janot, teve seu período mais ativo: "É difícil não imaginar os abusos cometidos ao acusar e processar investigados"
 
Leia a íntegra da nota:
 
"Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia.
 
O combate à corrupção no Brasil — justo, necessário e urgente — tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam que também tinham um projeto de poder. Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a fazê-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal.
 
Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer.
 
Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da corte constitucional do país.
 
Recomendo que procure ajuda psiquiátrica. Continuaremos a defender a Constituição e o devido processo legal.
 

Acho que nada precisa ser acrescentado."



Deixe seu comentário


Postado por: Marco Eusébio, 27 Setembro 2019 às 10:30 - em: Principal


MAIS LIDAS