Fiscalização de Pix não afetará trabalhadores autônomos, esclarece a Receita Federal

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fiscalização de Pix não afetará trabalhadores autônomos, esclarece a Receita Federal
Pedreiros e outros autônomos não serão afetados
O reforço na fiscalização do Pix não afetará a renda dos trabalhadores autônomos, diz a Receita Federal, que nesta semana esclareceu nas redes sociais dúvidas sobre as novas regras de monitoramento em situações como compra de material por trabalhadores que fazem "bicos" e uso de cartão de crédito compartilhado com a família.
 
No caso dos autônomos, o Fisco diz saber que a movimentação financeira é sempre maior que o lucro final, maior que a renda do profissional e o profissional que usa o Pix para comprar materiais e insumos não será afetado, porque a Receita já monitora a diferença entre os custos e o faturamento desde 2003. “Quem faz bicos e tem custos de produção não precisa se preocupar. Mesmo que movimentem mais de R$ 5 mil, a Receita já tem o hábito de monitorar essa diferença, como no caso de quem vende produtos ou serviços e usa o Pix para o pagamento”, explicou o Fisco.
 
Pedreiros
 
A mesma situação ocorre, por exemplo, com pedreiros e eletricistas que recebem pagamento via Pix e usam essa ferramenta para comprar material, pois o Fisco já cruza essa movimentação com as notas fiscais de lojas de materiais. A Receita deu o exemplo de um pedreiro que cobra R$ 1 mil pela mão de obra de um serviço, mas quem o contrata repassa R$ 4 mil para ele comprar material, como piso. Nesse caso, mesmo que as transações sejam via Pix, o Fisco já tinha a informação de que os R$ 4 mil foram para a loja de materiais e não ficaram para o profissional, já que o dinheiro é movimentado por instituições financeiras.
 
Além disso, após cruzar as movimentações com as notas fiscais eletrônicas das lojas de material de construção, a Receita sabe dos R$ 4 mil em compras realizadas. Nesse caso, a renda a ser considerada será apenas os R$ 1 mil que o pedreiro recebeu pelo serviço de fato. “Ninguém cai na malha fina por isso! A Receita sabe que a movimentação financeira é sempre maior que o rendimento, o ‘lucro’ tributável. Ignorar isso seria um erro primário que a Receita não comete”, esclareceu.
 
Cartões de crédito compartilhados
 
No caso de uma pessoa que compartilha o cartão de crédito com o restante da família e a fatura é maior que o salário, o Fisco esclarece que o contribuinte não cairá na malha fina. Isso porque esse tipo de fiscalização é feito há mais de duas décadas.
 
“Nada mudou! A Receita tem os dados do cartão de crédito desde 2003, há mais de 20 anos. Se você nunca passou por problemas, não passará agora”, enfatizou a Receita Federal.
 
Microempreendedores
 
A Receita reiterou que oferece diversas soluções para o profissional autônomo, como a abertura de um registro de microempreendedor individual (MEI), que permite a contribuição para a Previdência Social e o recolhimento dos tributos estaduais e municipais, conforme o caso. Essa solução existe desde 2008.
 
Combate ao crime
 
O Fisco destacou que as novas regras, que obrigam bancos digitais e carteiras de pagamento a informar as movimentações à Receita, buscam combater movimentação por fraudadores e criminosos e a lavagem de dinheiro, sem punir o trabalhador. “O que a Receita quer é combater os golpes de Pix, quem usa essas ferramentas para enganar a população”.

Conforme a Receita, a fiscalização acompanha o avanço tecnológico das movimentações financeiras e simplifica a vida do contribuinte, em vez de complicá-la. “A Receita Federal está cada vez mais automatizando o processo de coleta de informações, como os dados do Pix, para evitar que os cidadãos tenham que se preocupar com a fiscalização. A ideia é simplificar, não complicar a vida de ninguém!”, concluiu o Fisco.



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Postado por: Marco Eusébio, 14 Janeiro 2025 às 16:30 - em: Principal


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