Feliz Natal! Marcos Alex Azevedo de Melo(*)

Feliz Natal!

 

Desde a minha tenra infância trago um questionamento sobre o comportamento geral da humanidade nesta época do ano: porque razão a harmonia transmitida pelo espírito natalino não se estende por todos os outro dias?
 
Na infância, o que mais me interessava era a busca por presentes. Amadurecido e curtido pelo tempo, percebo que os momentos de intensa e vivida confraternização perdem-se rapidamente, diluídos nos infortúnios, nas agruras do dia-a-dia da luta pela sobrevivência. Bastam, portanto, apenas alguns dias após o evento natalícia e os efeitos imanentes dessa paz espiritual se dissipam como uma miragem, como um sopro, um brisa que, convenhamos, em sua efêmera duração, serviu de contraponto a essa maluca e desenfreada aventura humana na terra.
 
Há quem afirme - e esta ai o notável Gabriel Garcia Marques com sua obra “Noites Sinistras de Natal” - que a violência também se faz presente nesse período, percorre ruas e lares para deixar suas marcas e colidir na prática com a celebração familiar e contradizer o espírito natalino, ampliando  o fosso intransponível entre o amor e o ódio. Cristo responde e continua a carregar a sua pesada cruz por mais esse desatino social.
 
Para alguns incautos e precipitados, Barrabás vence mais uma vez. O que Jesus Cristo tem a ver com bebedeiras e desavenças? E aí mais uma vez a minoria barulhenta e influente patenteia seu amargo e impiedoso veredicto: neste mundo nem Cristo dá jeito. Ora, não podemos nos ater a esses desacertos sociais para achar uma justificação mínima - quer pelas vias do ateísmo ou do laicismo - de que nem mesmo o amor de Cristo é capaz de promover a verdadeira comunhão e a paz entre os cristãos.
 
Essa  estreita opinião serve apenas para àqueles que enxergam apenas a árvore e  não toda a floresta. Quem enxerga com profundidade e com coração nutrido de sentimentos nobres e maiores, vê que existe uma enorme e generosa abertura para a paz e para o encorajamento da melhoria das relações entre todos os seres humanos. Sem dúvida alguma e sem pieguice, se o verdadeiro espírito natalino permanecesse em nossos corações, certamente não viveríamos situações de tamanha violência e desespero.
 
Tende bom ânimo, eu venci o mundo, ja afirmava Jesus Cristo, demonstrando cabalmente que obstaculos existem para serem superados. A obra síntese de Cristo em minha opinião se encontra no Cap. 6 de Mateus, que nos ensina e nos mostra a sua verdadeira visão societária e apostólica - a universal oração do  Pai Nosso - e nos remete a profundas reflexões sobre o nosso comportamento diário: O Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino. Ou seja: quer o seu reino vindo em direção à terra, que segundo a sua visão é também o paraíso. Não precisamos apenas da morte terrena e da ressurreição para viver no paraíso. A vida terrena pode ser também paradisíaca.
 
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. Se a vontade de Deus fosse cumprida na terra teríamos guerra? Aqui novamente se reafirma a visão sobre a importância do nosso mundo, Cristo nos orienta a pedir que vontade seja cumprida na terra, que sejamos governados-não no sentido teologico-legislativo- mas governança espirtual-  segundo sua santa vontade- O pão nosso de cada dia – aqui, Ele deixa  explícito que já poderíamos ser felizes apenas com a mesa diária garantida a nós e ao nosso próximo - reafirmado em Mateus-6.19: “Não junteis tesouros na terra”; .6.26: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros”; ..6.28: “E, quanto ao vestuário, por que andais ansiosos”?
 
Feliz Natal. Que a Paz perpétua de Cristo possa reinar em vosso lar todos os dias de sua vida. “A minha paz eu vos dou”. João 14.23
 
(Marcos Alex Azevedo de Melo é vereador, líder da bancada do PT, presidente da Comissão de Segurança Publica e mmembro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Campo Grande)


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Postado por: Marcos Alex Azevedo de Melo(*), 24 Dezembro 2011 às 23:09 - em: Falando Nisso


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